Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ferreira Gullar, aos 80, é homenageado na Bienal

“A poesia é uma invenção. As pessoas costumam dizer que a arte revela uma realidade, mas eu discordo. Acho que a arte inventa a realidade”. Esta foi uma das pérolas profetizadas pelo grande homenageado da 6ª Bienal do Livro, o poeta Ferreira Gullar. Ele participou do Café Literário no sábado (13), reunindo centenas de admiradores, que desde cedo aguardavam sua presença.


Durante boa parte do tempo, ele foi instigado pela mediadora, Arlete Sendra, a dar mais detalhes de suas obras. Sobre “Poema Sujo”, escrito durante o exílio, em Buenos Aires (em 1975), e que futuramente o ajudaria a voltar para o Brasil, revelou: “Achando que podia desaparecer, escrevi este poema, que poderia ser o último de minha vida. Vou dizer o que falta dizer enquanto há tempo, porque não sei o que vai acontecer comigo”.


Ao ser perguntado sobre o fazer poético, disse que este nasce de um espanto. “Algo que me surpreende, que me revela um aspecto da realidade que eu ainda não tinha percebido. Este espanto é que gera o poema, como o cheiro de tangerina ou o aroma do jasmim”, ilustrou.


E quando foi colocado no patamar de maior poeta vivo, disparou: “Quando disse ao Drummond que ele era o maior poeta vivo, ele me perguntou: Vocês mediram isso como? Eu faço a mesma pergunta a vocês!”, brincou o escritor, que ao final, presenteou o público com a leitura dos poemas: “Muitas vozes”, “Pergunta e Resposta” e “Meu pai”.


Antes de se despedir da plateia, ele recebeu a homenagem da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima: a tela “Flores de Ipê” e o livro “A Via Sacra”, ambos assinados pelo artista plástico campista Fernando Luiz.



Extraído do sítio eletrônico da Prefeitura de Campos






(Fotos: César Ferreira/secretaria de Cultura)

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