Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 31 de março de 2016

Parte da história de Campos no seu celular, via QR Coder

Edson Batista, presidente da Câmara de Vereadores de Campos, criou, entre tantas coisas importantes para o resgate e preservação da nossa história, do nosso patrimônio cultural, o Corredor Histórico Cultural. Nesse corredor, ao lado do edifício da Câmara, o Palácio Nilo Peçanha, bustos e estátuas de muitos de nossos heróis, que muito contribuíram na construção da nossa história.

As estátuas em tamanho natural de Nilo Peçanha e José do Patrocínio, os bustos de Benta Pereira, Almirante Saldanha da Gama, Luiz Carlos de Lacerda, o capitão Ricardo Kirk e, em abril, o mapa de Couto Reys vai figurar na história dos Sete Capitães.

A TV Câmara produziu documentários sobre cada um deles, assim como livretos contam suas histórias. Além dos bustos, o documentário e o livreto sobre o Palácio Nilo Peçanha. No site da Câmara, todos os presidentes do Legislativo do período republicano, com um currículo de cada um e, em breve, todos os presidentes do período do Império. 

Importante salientar que Edson Batista também oferece, para todos os interessados, daqui e alhures, um código de barra para que qualquer pessoa, via celular, tenha a história de cada um dos homenageados e o documentário produzido pela TV Câmara. Basta usar o aplicativo (gratuito) QR coder, apontando o celular para o código de barra que está anexado em cada coluna das estátuas e bustos.

Muita gente ainda não sabe o que é um QR Coder. Explico: Código QR (sigla do inglês Quick Response) é um código de barras bidimensional que pode ser facilmente escaneado usando a maioria dos telefones celulares equipados com câmera. Quick Response é "resposta rápida". Ou seja, baixando o aplicativo (facílimo), a pessoa aponta para o código de barra e terá tudo que a Câmara produziu sobre o Palácio e sobre os heróis campistas homenageados.

Edson Batista estendeu o QR Coder para os vereadores da década de 1940 até 2014. Quem desejar, portanto, conhecer parte importante da nossa história, é só utilizar esse aplicativo proporcionado pela tecnologia. Claro que tudo isso só é possível porque os russos foram ao espaço e, depois, muitos países seguiram seus passos, inclusive colocando em órbita satélites que propiciaram tudo que temos hoje em termos de comunicação avançada. 

Quem desejar utilizar o sistema é só procurar por mim ou pelo Marcelo Fernandes,  na Câmara de Vereadores. Explicaremos como baixar o aplicativo e faremos juntos, caso a pessoa queira, a experiência do QR Coder. 

terça-feira, 22 de março de 2016

Aniversário de Campos? Alto lá!

Mais uma vez, como ocorre todos os anos, leio e ouço falar em "aniversário de Campos", umja alusão ao dia 28 de março. O absurdo é tamanho que não me contenho e, como sempre, há 36 anos, busco o debate sobre a datação histórica. Ouço também "emancipação" que alguns jornalistas e radialistas teimam em dizer, por desconhecimento da nossa história. Aliás, poucos conhecem a história do município. Enfim, lá vai um texto grande, mas é para poucos...

Campos, 181 ou 484 anos?

O rei de Portugal, Dom João III, decide dividir as terras abaixo da linha do Equador dois anos depois do descobrimento do Brasil. No dia 28 de setembro de 1532, a Terra de Santa Cruz foi dividida em 14 capitanias hereditárias, que foram doadas a fidalgos e comerciantes para povoamento e proteção da costa. Registre-se que, em 1504, a Ilha de Fernando de Noronha, como capitania hereditária, havia sido criada e doada a Fernão de Magalhães. Portanto, em 1532 o rei cria 14 capitanias, totalizando, com a primeira, 15.  

A certidão de nascimento de Campos, enquanto capitania de São Thomé, é desta data, ou seja, 28 de setembro de 1532.  Mas a doação da capitania só ocorreu em 1536. E media trinta léguas no sentido norte/sul, beirando a costa, entre os rios Managé (hoje Itabapoana) e Macaé, em cujo limite, a oeste, encontram-se as terras de Minas Gerais, ao norte/noroeste, o Espírito Santo e, por óbvio, a leste, o Oceano Atlântico. Esta capitania foi doada a Pero de Góis da Silveira, em 28 de agosto de 1536.  

Registre-se que o Brasil tem seu nascimento em 22 de abril de 1500, quando os brancos puseram o pé em terra firme. Para os invasores, era uma ilha, que chamaram de Vera Cruz. Depois, Terra de Santa Cruz e, finalmente, Brasil. Não ficaram aqui mais que alguns dias e a “nova terra” estava “batizada”, sem ainda o devido registro. No caso de Campos, todavia, a certidão de nascimento existe.

Como o Brasil, esses campos, que um dia foram dos goitacá, receberam outros nomes, como Capitania de São Thomé, Capitania da Paraíba do Sul, Vila de Sam Salvador dos Campos, até a definição como Campos dos Goytacazes. Depois, mudou para, apenas, Campos e, novamente, já na década de 1980, novamente Campos dos Goytacazes. Mas a troca de nomes não é fator relevante neste caso, como não o foi para o país nem para grande parte das cidades e estados que se orgulham de sua longevidade.

Creio que não se deve deixar de comemorar nossas datas importantes, como o 29 de maio e o 28 de março (datas da elevação à categoria de Vila e de Cidade, respectivamente), mas o aniversário, o nascimento, deve ser divulgado e comemorado como o fato mais importante. Com a datação de nascimento estabelecida, os fatos históricos ganham um sentido, uma lógica facilmente assimilável. Isso porque muita gente, inclusive professores, tratam o dia 28 de março como “aniversário” da cidade.

Tendo como registro de nascimento o 28 de setembro de 1532, pode-se falar do batismo em 1536 (carta de doação da capitania a Pero de Góis e de sua luta para colonizar a terra recebida). Em sequência, a destruição de sua propriedade; a tentativa de seu filho, Gil de Góis, de colonizar a terra recebida como herança; a doação das terras aos “sete capitães” em 1627; a demarcação das sesmarias em 1633 e sua divisão em grandes fazendas de gado; a negociação das terras com o general Salvador Corrêa de Sá e Benevides e algumas irmandades religiosas em 1648.

Como se não bastasse, há a criação da Câmara em 1652, quando ocorreu, em dezembro, a primeira eleição dos vereadores; Em seguida, a criação da Vila, em 1677, e as lutas travadas pelos heréos (herdeiros dos sete capitães) e confinantes (fazendeiros vizinhos), incluindo Benta Pereira e seus filhos, com as autoridades governamentais do Rio de Janeiro e de Portugal, até 1752, quando a capitania passa a ser, definitivamente, dos campistas; e a elevação à categoria de Cidade, em 1835, juntamente com Angra dos Reis e Niterói, municípios que comemoram suas datas de nascimento em 06 de janeiro de 1502 (quando apenas recebeu um nome: Ilha de Santos Reis) e em 22 de novembro de 1563, respectivamente.

Se seguíssemos a datação de Angra, o nascimento de Campos seria em 1501, quando foi avistado o cabo que recebeu o nome de São Thomé, na expedição de Gaspar de Lemos. Essa mesma expedição é que chegou a Angra em janeiro de 1502 e, como era dia 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (os Reis Magos da mitologia cristã), a ilha foi denominada Ilha dos Santos Reis.

Há que se perguntar, então: como Angra dos Reis montou sua história a partir da denominação da ilha por uma expedição de reconhecimento e todos aceitam sem problema algum, mas garantindo razoabilidade a todos os fatos posteriores, e Campos, reconhecido meses antes, em junho de 1501, comemora 1835 como “aniversário”? A mesma pergunta pode ser feita quanto a Niterói, que comemorou em novembro de 2014, 451 anos de existência.

Para quem se interessar pelo debate, o texto abaixo, para início de conversa...
Em 1532, dom João III anuncia sua intenção de dividir a colônia em 15 amplas faixas de terra e entregá-las a nobres do reino, os capitães donatários, para povoá-las, explorá-las com recursos próprios e governá-las em nome da Coroa. Essas faixas são de largura bastante diversa, podendo variar de 150 km a 600 km, e estendem-se do litoral para o interior até a linha imaginária de Tordesilhas. Entre 1534 e 1536, dom João III implanta 14 capitanias, concedidas a 12 donatários, que se vieram somar àquela doada em 1504 a Fernão de Noronha pelo rei dom Manuel.

Capitanias hereditárias, Carta de d. João III sobre a colonização do Brasil
 "Lisboa, 28 de setembro de 1532
Martin Afonso amigo. Eu, El-Rei, vos envio muito saudar. Vi as suas cartas que me escrevestes por João de Sousa, e por ele soube da vossa chegada a essa terra do Brasil, e como íeis correndo a costa, caminho do Rio da Prata, e assim, do que passastes com as naus francesas dos corsários, que tomastes, e tudo o que nisto fizestes, vos agradeço muito...

Depois de vossa partida se praticou, se seria meu serviço povoar-se toda esta costa do Brasil, e algumas pessoas me requeriam capitanias em terras dela.
Eu quisera antes de nisso fazer coisa alguma, esperar por vossa vinda para com vossa informação fazer, o que me bem parecer, e que na repartição, que disso se houver de fazer escolheis a melhor parte e, porém, porque depois fui informado, que de algumas partes faziam fundamento de povoar a terra do dito Brasil, considerando eu com quanto trabalho se lançaria fora a gente, que a povoasse depois de estar assentada na terra, e ter nela feitas algumas forças como já em Pernambuco começavam a fazer, segundo o Conde de Castanheira vos escrevera, determinei de mandar demarcar de Pernambuco até o rio da Prata cinqüenta léguas de costa a cada capitania e antes de dar a nenhuma pessoa, mandei apartar para vós cem léguas, e para Pero Lopes, vosso irmão, cinqüenta nos melhores limites desta costa por parecer de pilotos, e de outras pessoas por quem o Conde por meu mandado se informou, como vereis pelas doações que logo mandei fazer..."
 Fonte: GASMAN, Lydinéa. Documentos Históricos Brasileiros. Brasília: MEC/FENAME, 1976. 

Avelino Ferreira


segunda-feira, 21 de março de 2016

Obama e Raul Castro: mais um encontro histórico


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reunirá nesta segunda-feira, 21, no segundo dia de sua visita a Cuba, com o presidente cubano, Raúl Castro, e participará de um fórum de negócios entre líderes empresariais americanos e empreendedores cubanos do incipiente setor privado da ilha.

Obama e Castro terão uma reunião oficial no Palácio da Revolução, palco do terceiro encontro entre os dois presidentes desde o anúncio do restabelecimento de relações, mas o primeiro que acontece no território da Cuba revolucionária.

Primeiro terão durante mais ou menos uma hora uma reunião bilateral, que depois se ampliará às delegações oficiais do governo cubano e americano; e ao término do encontro ambos presidentes farão uma declaração à imprensa.

Como é habitual nestas visitas de alto nível, antes das conversas oficiais, o presidente Obama deixará uma coroa de flores na estátua do herói independentista José Martí, na emblemática Praça da Revolução, onde há também uma efígie de Ernesto Che Guevara.

Na parte da tarde, o presidente participará de um fórum de negócios entre líderes empresariais dos EUA com representantes de companhias estatais cubanas e do incipiente setor privado da ilha, cooperativas e os chamados "cuentapropistas", ou empreendedores.

O governo dos Estados Unidos expressou em várias ocasiões sua intenção de ajudar no desenvolvimento desse setor emergente que está abrindo passagem em Cuba e que está modernizando sua economia.

Pela parte americana, participarão desse encontro o fundador da empresa americana de aluguel de imóveis particulares Airbnb, Brian Chesky; o diretor administrativo e assessor geral da rede hoteleira Starwood, Kenneth S. Siegel e o executivo-chefe de PayPal, Daniel Schulman; além do chef espanhol José Andrés, que possui vários restaurantes nos EUA.

Também participará desse fórum o cubano-americano Saul Berenthal, cofundador da Cleber, a primeira empresa americana que conseguiu, no mês passado, uma licença do Departamento do Tesouro para instalar-se em Cuba - no caso, uma fábrica para produzir tratores na Zona Especial de Desenvolvimento do Mariel, projeto do governo da ilha para captar investimento estrangeiro.

A agenda de Obama na segunda-feira concluirá com um jantar de Estado, oferecido pelo presidente Raúl Castro, no Palácio da Revolução.

(Matéria extraída do site Terra)

sexta-feira, 18 de março de 2016

Pela federalização da educação

Há muitos anos defendo a federalização da educação. Os professores não atentam para esse fato e não pensam que a grande maioria dos municípios brasileiros não têm condições de pagar professores, construir e manter escolas. Aqui na região podemos citar exemplos: São Francisco de Itabapoana, Cardoso Moreira, Italva, Laje do Muriaé, Aperibé, Miracema e tantos outros - isso no Estado do Rio! - não têm condições de melhorar a situação do professorado, nem das escolas. Muito menos construir mais unidades.
Federalizar a educação é unir a categoria de professores, é unificar salários e benfeitorias, é tratar com igualdade os professores de todo o país. Enfim, é a solução para a maior parte dos problemas da categoria e, obviamente, para as unidades escolares. Essa luta não é abraçada pelos Sindicatos, que apelam sempre para a greve, sem nenhum resultado desde a década de 1980. 
Só agora tive conhecimento do projeto do senador Cristovam Buarque. Reproduzo abaixo matéria sobre o mesmo, da Agência Senado, para que possamos refletir sobre o assunto. 

O Projeto de Lei do Senado (PLS) 320/08, do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que autoriza o Poder Executivo a criar o Programa Federal de Educação Integral de Qualidade para Todos e a Carreira Nacional do Magistério da Educação de Base, foi aprovado em decisão final, nesta terça-feira (23), pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Se não houver recurso para votação pelo Plenário do Senado, a iniciativa segue direto para análise da Câmara dos Deputados.
— Esse é um debate necessário de ser travado com o Poder Executivo. Temos a possibilidade de construir a educação com escolas igualitárias, de não termos escolas no Maranhão ou no Piauí diferentes das que temos em São Paulo ou no Rio de Janeiro — considerou o relator, senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), ao defender parecer pela aprovação, com emendas, do projeto em debate.
Para afastar o risco de a proposta ser vetada pelo governo, Randolfe optou por manter emenda aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania que confere caráter autorizativo ao dispositivo de criação da carreira nacional do magistério. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) acredita que essa emenda pode resolver a questão da inconstitucionalidade, mas não livra o projeto de “injuridicidade”.
— A injuridicidade é incontornável. O Poder Executivo não carece de nossa autorização para criar a carreira nacional do magistério. Uma lei ordinária não pode dar ao Executivo o que ele já tem e que utiliza ou não segundo a sua discricionariedade — argumentou Aloysio, que admitiu respeitar a proposta de Cristovam, mas decidiu votar contra por também rejeitá-la quanto ao mérito.

Carta

Na tentativa de obter apoio, Cristovam tratou de enviar uma carta a cada membro da Comissão de Educação com ponderações em defesa do PLS 320/2008.
— Não se trata de federalização, mas de adoção de escolas estaduais, distritais e municipais pelo governo federal. O Legislativo tem que provocar o governo a se manifestar sobre o assunto. O piso salarial dos professores saiu daqui e o governo federal aceitou — comentou Cristovam.
Na avaliação do senador Lasier Martins (PDT-RS), o projeto e a carta de Cristovam são “um libelo contra a educação que nós vivemos”.
— No Brasil, a escola é o berço da desigualdade. Há escolas públicas em municípios tão pobres que o custo anual de cada aluno é pouco maior que R$ 2,5 mil. Já outras escolas públicas chegam a gastar R$ 16 mil ao ano por aluno. Está na hora de provocar o governo a atacar essa imoralidade — reivindicou Lasier.

Pátria Educadora

Ao comandar a reunião da CE nesta terça-feira (23), a senadora Ana Amélia (PP-RS) registrou seu apoio ao PLS 320/2008 não só pela condição de “municipalista”, mas também por considerar que a melhoria do ensino brasileiro “é um debate necessário ao país”.
Apesar de avaliar a proposta de Cristovam como um “passo tímido”, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) disse ver nele “a força de ser um exemplo e de estimular o debate na área”.
Os senadores Gladson Cameli (PP-AC), Telmário Mota (PDT-RR), Simone Tebet (PMDB-MS), Hélio José (PSD-DF), Wilder Morais (DEM-GO), Dalírio Beber (PSDB-SC), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO) também manifestaram apoio à proposta e destacaram a oportunidade de abrir o debate sobre a federalização da educação básica e a criação da carreira nacional do magistério no momento em que o governo federal levanta a bandeira do programa Pátria Educadora.

Requerimento

Ao final da reunião, a CE aprovou requerimento do presidente da comissão, senador Romário (PSB-RJ), no sentido de que a CCJ se manifeste sobre a constitucionalidade de projetos de lei de natureza autorizativa, como o PLS 320/2008. Enquanto a CCJ não liberar um parecer sobre o assunto, a CE deverá suspender a votação de todas as propostas autorizativas em tramitação no colegiado.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Luiz Carlos de Lacerda ganha busto, documentário e livro dia 23


A Câmara de Vereadores de Campos prossegue com seu trabalho de resgate e preservação da nossa história e, no próximo dia 23, às 10 horas, inaugura o busto do abolicionista Luiz Carlos de Lacerda, lança o documentário sobre sua vida em DVD que será distribuído na solenidade, juntamente com um livreto contando sua trajetória, principalmente a partir de 1884 quando, segundo Joaquim Nabuco, ele, Lacerda, acorda de seu "sono dogmático".

Lacerda era de uma família tradicional de Campos. Serviu ao Império e chegou à chefia de polícia, sendo agraciado com o título de Comendador por Pedro II. Também era do Partido Conservador, de sustentação à Monarquia. Todavia, indignou-se com o tratamento dado pelos fazendeiros aos escravos e assumiu uma postura crítica contra o sistema escravista. Ganhou muitas inimizades, foi perseguido, ameaçado de morte, mas não recuou um milímetro na luta para libertar escravos e pelo fim do regime escravista.

É, sem dúvida, um dos heróis campistas que, a partir do dia 23, terá seu busto no Corredor Histórico Cultural da Câmara, ao lado de José do Patrocínio, Nilo Peçanha, o capitão Ricardo João Kirk, o Almirante Saldanha da Gama e Benta Pereira. Todos estão convidados para a solenidade e os presentes receberão o livreto e o documentário em DVD. Documentário que será transmitido pela TV Câmara.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Câmara busca busca alternativas para uma economia sem petróleo

Foto: Rodolfo Lins/Sucom

Os desafios e as potencialidades de Campos para a expansão da cadeia produtiva local marcaram a abertura do “Ciclo de Seminários Pós-Petróleo - Novos Horizontes de Desenvolvimento”, nesta quinta-feira, na Câmara de Vereadores de Campos. O evento, que foi aberto pelo presidente da Câmara, Edson Batista, e conduzido pelo superintendente de Agricultura e Pecuária, Eduardo Crespo, contou com apresentações técnicas de representantes de várias instituições. O público foi composto, em sua maioria, por pequenos produtores rurais da região, que lotaram o plenário.

As exposições de propostas e diagnósticos da realidade, bem como as experiências bem sucedidas entre pequenos produtores foram apresentados por representantes da Superintendência Municipal de Agricultura e Pecuária, Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e (UFRRJ), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que discorreram sobre as experiências exitosas na produção agropecuária. Na oportunidade, foram exibidos documentários produzidos pela TV Câmara sobre a temática da agropecuária na região.
Crespo destacou as potencialidades de Campos na agricultura e listou uma série de culturas que, se bem trabalhadas, poderão representar uma alternativa real e sustentável para suprir a queda de receita dos royalties com a geração de trabalho, renda e tributos.
“Campos conta com um potencial enorme de desenvolvimento. Estamos no caminho certo, mas precisamos e queremos avançar mais na ação política de desenvolvimento da atividade rural. Devemos enxergar os horizontes com algumas premissas utilizadas mediante os resultados que já alcançarmos para multiplicar estes resultados. O nosso PIB (Produto Interno Bruto) rural local é de R$ 280 milhões e poderemos chegar a R$ 1,2 bilhão em 15 anos.
Temos uma grande oportunidade de recuperar esse R$ 1 bilhão, com a perda de royalties, com uma alternativa real e sustentável, que são as atividades produtivas agrícolas e pecuárias permanentes de diversas culturas, como mandioca, abóbora, abacaxi, cana de açúcar, bovino de corte, bovino de leite, frango de corte e suíno”, enumerou.
Potencial - O superintendente de Agricultura enfatizou que o município possui também a maior área agropecuária do Estado. “Temos a maior área agropecuária desse Estado, com mais de 200 mil hectares de terra, além da maior riqueza em número de agricultores familiares e a maior potencial demográfico, que resulta num consumo enorme. Para tanto, precisamos do crédito rural, que é imprescindível para os produtores, além dos equipamentos e da tecnologia, para que possamos dar mais dignidade e mudar a vida de milhares de pessoas”, disse Eduardo Crespo.
A vice reitora da Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense), Teresa Peixoto, afirmou que a universidade está pronta para dar sua contribuição. “Temos muitas riquezas e produtores capazes de fazer essa transformação, e nossa proposta é promover esse engajamento para garantir a permanência, a continuidade e a renovação da produção. Nossa saúde passa pelo bom alimento. A Uenf tem um papel importante na região que é o de contribuir para o desenvolvimento e integrar a sociedade em vários setores e estamos prontos para esta contribuição com o conhecimento e pesquisas”, disse.
Para o coordenador regional do Sebrae, Gilberto Soares, a iniciativa da Câmara foi das mais louváveis porque a crise vai perdurar por tempo imprevisível.
“Nosso papel é oferecer a visão de negócio ao pequeno produtor para que eles atentem para as oportunidades. A Câmara e a prefeitura acertam em cheio quando começam a pensar Campos para o ciclo pós-petróleo porque esta é uma crise que vai perdurar. Portanto, temos de pensar em outras alternativas para a economia local”, considerou.
Edson Batista ressaltou que o país passa por um momento difícil em meio a uma aguda crise econômica com reflexos na política que afetam o país como um todo, com sérios impactos principalmente na região cujas receitas básicas têm origem na cadeia produtiva de petróleo.
“Esta cadeia produtiva foi afetada violentamente pela queda do barril de petróleo. Por isto mesmo, este é um momento de união, para discutirmos, de maneira suprapartidária, acima de questões político-partidárias, com as instituições e a sociedade civil, as experiências exitosas que temos e apontar caminhos para garantirmos um futuro melhor para nossos filhos e netos”, alertou.
Pensando o futuro - O presidente do Legislativo destacou ainda que a Câmara mais uma vez cumpre seu papel de agregar um tripé formado pelo poder público, o setor privado e a academia para pensar este futuro.
“Superar este momento de crise e encontrar uma saída para a etapa pós-petróleo, é preciso. Por isto estamos realizando estes seminários bastante qualificados. Toda quinta-feira, teremos uma nova pauta, buscando outros especialistas e representantes de diferentes tipos de atividades, a fim de trazer as universidades, que têm pesquisas, além dos produtores rurais, para que as experiências exitosas possam ser potencializadas e dimensionadas numa visão maior”, concluiu Edson Batista.

*Fonte: Ascom Câmara Campos

quinta-feira, 10 de março de 2016

Roberto Henriques reflete e diz que anuncia amanhã seu novo rumo político

EU SOU AQUELE QUE NÃO SE PERDEU
Nos últimos meses, tenho recebido em minha casa (conforme já divulguei AQUI), várias lideranças políticas, principalmente as que se lançaram como pré-candidatos à Prefeitura de Campos.
No último domingo esteve na minha residência, o Ex- Governador e Ex-Prefeito de Campos, Anthony Garotinho. Conheço Garotinho desde o final da década dos anos 1970. Militamos juntos nas lutas pela democratização e a anistia, assim como, na militância partidária. Fui Secretário na sua administração como Prefeito (1989-1992). Em abril de 1997 aconteceu nosso primeiro rompimento. 

No ano de 2008, quando eu me encontrava na condição de Prefeito em Exercício, aconteceu nossa reaproximação. Porém, divergências na condução administrativa do Governo Rosinha e divergências ao longo da campanha do ano de 2010, mais uma vez nos colocaram em lados opostos... Ressalto, que as divergências e rupturas que coleciono ao longo do tempo, nunca foram motivadas pelo ódio aos meus pares; sempre obedeceram aos princípios da liberdade de expressão e se localizaram no campo das ideias. Voltando a visita, do ex-governador... É sabido que ele lidera um grupo político, que como outros, estão se organizando para o próximo processo eleitoral (escolha popular de Vereadores e do próximo Prefeito). Na conversa, Garotinho me informou que um plebiscito escolherá o nome dentre os pré-candidatos do seu núcleo, nomes esses, já divulgados pela Impressa e Redes Sociais. Salientou que o vencedor da referida consulta prévia, será quem receberá o apoio da Prefeita Rosinha e dele próprio. Em resposta, relatei ao visitante que recebi outras correntes políticas em minha residência e, que no campo da oposição, o nome com o qual mais aprofundei o diálogo foi com o pré-candidato Rogério Matoso.

Na segunda metade da nossa longa conversa, deixei claro ao Ex-Governador Garotinho, a necessidade imperiosa do seu grupo resgatar o espírito e o modelo aplicados no seu primeiro Governo como Prefeito de Campos(1989-1992): foi um Governo onde seu corpo administrativo sonhava e fazia sonhar; além de procurar com extrema dedicação realizar os sonhos referenciados. O Prefeito Garotinho e sua Equipe romperam com o modelo elitista e excludente dos governos anteriores, mesmo ainda não tendo a quantidade dos recursos dos royalties do petróleo que só passaram a crescer em progressão geométrica, a partir do ano de 1998 (Governo Arnaldo Vianna) com a Lei sancionada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. 

Pedi ao Garotinho que se levantasse... que chegasse comigo até a varanda do meu apartamento... solicitei a ele que olhasse para a cidade enxergando para além da área urbana... que seu olhar se estendesse para todo o Município, alcançando imaginariamente os Distritos e Comunidades do interior... a seguir rememorei seus feitos e da sua Equipe naquele governo de “feliz memória”: instalou e colocou para funcionar 43 creches (existiam apenas 2); aumentou a Rede Escolar e absorveu através de Comodato as Escolas do CNEC (Travessão, Morro do Coco, Goytacazes, Santa Maria, dentre outras); reabilitou o Pronto-Socorro Municipal que encontrava-se inexplicavelmente fechado; aumentou a Rede de Postos de Saúde triplicando a oferta de unidades; reabriu o Hospital Ferreira Machado e absorveu os antigos ambulatórios da Associação dos Plantadores de Cana (Travessão, Santo Eduardo, Goytacazes, dentre outros); a Fundação da Infância como órgão interveniente junto ao Governo Federal, repassava recursos de apoio técnico/financeiro, através de celebrações de convênios com as Entidades não governamentais que tradicionalmente promovem Assistência Social em Campos; foi pioneiro nas instalações dos Conselhos Tutelares e de Direitos da Criança; fez de Campos, Município referência na eliminação do trabalho precoce infantil e pioneiro na adoção da bolsa, hoje tão popular como “Bolsa Família”(sucedânea da “Bolsa Escola”), não sendo apenas, naquela ocasião, uma medida compensatória... mas, emancipatória; implementou o Programa “Pequeno Produz” que deu origem as “feiras da roça”; expandiu pavimentações das ruas para os Bairros Populares e Comunidades do interior; levou a coleta do lixo aos Bairros onde ela sequer ocorria; recolocou Campos no cenário Estadual e Nacional; conquistou outros seguimentos no nosso Município e chegou a altíssimos índices de popularidade e aprovação. 

Após concluir os exemplos dos feitos que elenquei acima, fitei os seus olhos e perguntei: POR ONDE ANDAS AQUELE GAROTINHO DO GOVERNO MUNICIPAL 1989-1992??? e a seguir afirmei categoricamente que admitiria aprofundar a discussão sobre a sucessão Municipal em torno dos nomes de pessoas que vivenciaram o exitoso processo administrativo do seu primeiro Governo Municipal. Ressaltando que nada de pessoal tenho contra os outros pré-candidatos, admiti aprofundar nossa conversa, caso fosse aceita a minha defesa dos nomes de Edson Batista e Auxiliadora Freitas. Comuniquei a Garotinho que reuniria com as pessoas que me acompanham há muitos anos e em conjunto decidiríamos a quem apoiaríamos (Rogério Matoso ou o candidato apoiado pelo grupo do Ex-Governador Garotinho?). 

Assim terminou nossa longa conversa em minha residência... 

Cabe-me agora, por dever público, comunicar que na noite de ontem, reuni com as lideranças que caminham comigo. Após relatar os fatos acima, abri a palavra a todos e o assunto foi discutido exaustivamente. Ao final, todos votaram nas duas propostas colocadas, isto é; Matoso ou aliança com o candidato da situação? Para não influenciar os votos dos presentes me abstive de votar, colocando-me submisso a decisão que os presentes tomassem. Portanto, caríssimos amigos do Face, Redes Sociais e Impressa em geral: JÁ TEMOS A NOSSA DECISÃO. No dia de amanhã, primeiramente, por razões éticas, comunicarei a Rogério Matoso e a Garotinho; logo a seguir postarei AQUI o conteúdo da decisão tomada. Despeço-me, ressaltando que em obediência a Legislação Eleitoral em vigor, estarei comunicando o meu desligamento do Partido ao qual me encontro filiado. Obrigado. Forte abraço a todos!!!