Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Para Cristina Lima

Cara Cristina Lima,

Não quero entrar nessa discussão em torno da ajuda que a Prefeitura dá ao Abrigo Dr. João Viana. Todavia, ao ampliar o curso, você entra numa seara para a qual não está em condições de debater com argumentos válidos. Qual seja, o de comparar o problema do João Viana a questões que não podem ser alvo de análise simplista, como é o caso da Beneficência Portuguesa e os serviços por ela prestados.

Exigir que o poder público cumpra seu papel constitucional é um direito de todo cidadão. Registre-se que a responsabilidade pelo cumprimento da Constituição é do posder central; quando ela cita "dever do Estado", a referência primordial é ao Governo Federal. Este sim, deve dar condições aos municípios para que se cumpra os preceitos constitucionais. Como Campos recebe uma boa fatia dos royalties do petróleo, cobra-se da Prefeitura. É mais cômodo. Mas não podemos esquecer que a obrigação primeira é federal. 

A Beneficência, assim como os demais hospitais particulares que atendem ao público indistintamente, recebe da Prefeitura para tanto. Há participação do Governo Federal, mas não é suficiente para atender a demanda, fato que gerava reclamações diárias. O gordo repasse da Prefeitura fez com que as reclamações sofressem uma redução substancial. Então, há uma preocupação da prefeita em atender a população e a Secretaria de Saúde usa as unidades disponíveis para tanto. Comparar número de atendimento como você fez, é dizer que o privado(?) atende satisfatoramente e o público, não. 

Se é isso que pensa, então, por que recorrer ao público? 

Não conheci, nas administrações mais recentes, quem se preocupasse mais com crianças, idosos e doentes como a prefeita Rosinha Garotinho. Ela tem investido o possível para minorar os problemas de saúde da população e isso é inegável. Os avanços têm sido reconhecidos aqui e alhures. Não se pode, por algum problema pontual, cair na generalização. As Ongs existiam sem dinheiro público. Quando os poderes públicos passaram a injetar dinheiro nas entidades, as Ongs proliferaram e quase todas querem as tetas públicas.

Creio que o melhor a fazer é dialogar com o secretário de Saúde e buscar solução para o problema, até porque não há má vontade em resolvê-los. Pelo contrário. Usar jornais e blogs para criticar, de maneira simplista, como você fez, é revelar uma fraqueza intelectual que você não tem.   

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