Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 16 de agosto de 2011

ABANDONO DO 5º DISTRITO GERA PROTESTO

O abandono a que estão relegadas as comunidades de Azeitona, Sabonete, Campo de Areia e Córrego Fundo, do 5º distrito de São João da Barra, merece uma atenção especial por parte da mídia que, ao referir-se àquelas localidades nos últimos meses, o faz em relação aos pequenos agricultores que estão em vias de perderem suas terras.

Obviamente que o problema é grave e o mesmo já foi amplamente divulgado, após denúncia do deputado Garotinho. Mas para além da questão das terras – chegaram a sugerir que os agricultores fossem para Quissamã – os moradores dessas comunidades sofrem com o descaso do poder público sanjoanense.

Recebi diversas denúncias de pouco caso com aquelas comunidades. Indiquei caminhos corretos para que as questões que afligem aquelas centenas de famílias fossem documentadas e encaminhadas à Prefeitura de São João da Barra. Não sei se assim fizeram, mas agora recebo um pedido de ajuda de Shana Carla, que está lá residindo com sua extensa família, cuidando de sua mãe, que não está bem de saúde e que fica indignada com o descaso.

Ela me conta, indignada, o que já sabemos: a estrada principal para escoamento da produção não tem condições de tráfego; não há recolhimento de lixo; não tem abastecimento dágua e os carros pipas que enchiam as sisternas coletivas já não estão atendendo; o posto médico não funciona direito; não há remédios etc.. Como a região fica próxima ao município de Campos, os moradores usam os serviços do lado de cá da divisa.

A não coleta de lixo e a falta dágua, no momento, são as carências mais sentidas. Porém, os doentes não tem condições de mobilidade e não há atenção para com aqueles que precisam de fisioterapia, pois não há ambulância para transportá-los. Não fosse a proximidade com Campos e o bom atendimento encontrado nos postos e hospitais campistas, já teriam sido registradas mortes por falta de atendimento.

“Eu denuncio e provo. Do lado de Campos temos tudo. Até a ponte que estava caindo, a prefeita Rosinha mandou fazer uma com estrutura para passar carros pesados. Do lado de S]ao João da Barra, nem a cabeceira da ponte Carla Machado quis fazer, o que, inclusive, gerou muitas reclamações. A Prefeitura de Campos acabou fazendo. Tem posto de saúde muito bom, remédios e ambuância. Mas eles não podem atender dentro de São João da Barra. E temos dificuldades de locomoção. É muito triste e revoltante”, falou Shana Carla, indignada.

O que posso fazer? Nada. A não ser registrar seu desabafo e esperar que as pessoas responsáveis pelos serviços, em São João da Barra, se sensibilizem e possam minorar o sofrimento daquelas famílias que ali residem há décadas.

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