Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 28 de janeiro de 2012

O juiz pensa que é Deus, mas o desembargador tem certeza

O escândalo envolvendo o judiciário, com provas de benefícios autoconcedidos por parte de magistrados do Rio e São Paulo, revelou a outa face do Judiciário. A podridão do sistema merece a atenção de todos os brasileiros, pois são os magistrados que julgam e condena aqueles que praticam ilícitos e que, obviamente, não condenam seus pares, não se autocondenam como se autobeneficiam.

Quando os políticos raticam ilícitos, a mídia faz a festa. Mesmo uma suposição é capaz de gerar manchetes, manchando a honra das pessoas (algumas delas inocentes). E o cidadão, indignado, pode, via eleição, mudar o quadro político. Se não o faz como seria o desejável, é um problema que o próprio cidadão deve refletir e solucionar, se quiser.

Mas os magistrados são funcionários públicos. Mesmo aqueles casos raros em que um ou outro é afastado, cotinuam recebendo seus gordos salários por toda vida. Na maioria das vezes, todavia, nem são denunciados, nem julgados e, claro, não são punidos. O cidadão fica, sempre, na dependência do Judiciário, já que não pode (nem deve) fazer justiça com as próprias mãos. è como diz um amigo advogado: o juiz pensa que é Deus, mas o desembargador tem certeza.

O escândalo envolve benefícios autoconcedidos, pagamentos antecipados a uns poucos magistrados, tudo isso com movimentação de milhões de reais. O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, em recente declaração, disse: "o cidadão perplexo quer saber qual a fonte jurídica desses benefícios. Quer saber se os juízes percebem auxílio moradia, ainda que trabalhem na cidade onde moram. Quer saber quais os critérios para as retroatividades tão extensas e rendosas".

Que tudo seja apurado e que os nomes dos envolvidos sejam divulgados e que todos sejam punidos, se possível, devolvendo dinheiro aos cofres públicos.  

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