Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 14 de janeiro de 2012

As Aventuras de Tim Tim e minha infância


Conheci Tim Tim (criação do belga Georges Prosper Remi, mais conhecido como Hergé, em 1929) ainda pré-adolescente. Juntamente com Asterix. (criação dos franceses Albert Uderzo e René Goscinny, em 1959). Eu tinha coleção imensa de gibis e, como muitos garotos da época, trocava exemplares principalmente na entrada do Cine São José, todos os domingos. A entrada do cinema era ponto de encontro dos gibizeiros.

Quando li As Aventuras de Tim Tim já não era tão criança e as histórias tanto de Tim Tim quanto de Asterix e Obelix tinham algo mais que os pequenos não entendiam. Claro que a ideoloogia dos quadrinhos em geral não era compreendida pelas crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Aliás, muitos adultos até hoje não conseguem entender a questão ideológica. Mas as histórias desses personagens tinham algo mais.

E talvez fosse por isso que foram as histórias que mais gostei, lendo-as até mesmo quando homem feito, já com meus 20 anos. Ao, infelizmente, abandonar a fase das fantasias, em meio a uma luta política que causou-me muitos problemas e um amadurecimento precoce, deixei apenas na memória as histórias em quadrinhos e os filmes de aventura. Foi uma longa fase "realista".

Agora, já velho, acompanho o noticiário sobre uma das Aventuras de Tim Tim filmadas por Spielberg e estou curioso. Vou assistir o filme com prazer e, claro, lembrar dos tempos idos. 

Hoje, li uma análise crítica do filme na Folha de São Paulo e, para os que não a leram, reproduzo-a, em parte, para que os leitores conheçam um pouco dessa personagem e, obviamente, da filmagem de Spíelberg, acrescentando que não foi nada fácil para o diretor encontrar um garoto que se parecesse com Tim Tim e, por esse motivo, quase que a idéia não vingou. Mas vamos à crítica:  

"Tintim foi, nos anos 1950, o herói juvenil por excelência. Possuía todos os requisitos para o sucesso. Jornalista, tinha poder de dedução próximo ao de Sherlock Holmes e coragem dos grandes homens. A figura ímpar, com topete e calças curtas, ajudava a particularizá-lo.

A isso, o belga Hergé, seu criador, acrescentou bom grupo de coadjuvantes. O mais notável é o cão Milu, pequeno mas intrépido, fiel como todo bom cão. Os detetives Dupont e Dupond formam uma dupla impagável. Há ainda Haddock. Ele conhece Tintim no filme que estreia no próximo dia 20. "As Aventuras de Tintim --O Segredo do Licorne" retoma célebre história em quadrinho (HQ) de Hergé.

E por que retomar esse herói praticamente esquecido? O cinema está resgatando velhos heróis de HQs; o público infantojuvenil é visado; animações estão em alta ("Tintim" usa a técnica de fazer o filme com atores e depois cobri-los com efeitos que remetem à animação).

E é possível pensar que Tintim seria o herói por excelência de Steven Spielberg, responsável pelo filme. Ao longo da carreira, ele se identificou com público e heróis infantojuvenis _quem não se lembra de "E.T"? E comprara a opção de direitos sobre livros de Tintim já em 1983!

Spielberg mostrou-se fiel aos livros, quando, por exemplo, em vez de criar uma aventura, adaptou uma já existente. É claro que, depois, vem o cinema de aventuras, o 3D, tudo mais e, com isso, o que podemos ou não gostar neste filme. A começar pela história rocambolesca."
(Sobre Trecho da Crítica de Inácio Araújo do jornal Folha de São Paulo)

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