Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Após 101 dias, professores de Minas recebem ordem judicial para voltarem ao trabalho

O Governo de Minas Gerais jogou duro com o professorado, que, em greve há 101 dias, terá que retorbnar ao trabalho sem suas reivindicações atendidas. Eles queriam o piso nacional, aprovado mas não colocado em prática, de R$ 1.187,00 (por 40 horas semanais). O Governo do Estado, que paga menos que o do Rio, pegou a deixa e ofereceu R$ 712,00 (referente a 24 horas semanais). Mas o professorado quer o cumprimento do plano de cargos que prevê aumento gradativo de 3% por grau e 22% por nível, acima do salário.

Algumas dezenas deles acorrentaram-se às grades da Praça da Liberdade, a principal de Belo Horizonte. Mas a Justiça disse não à grevee eles terão que retornar às aulas e pagarão os dias parados com aulas extras, o que vai atrasar o fim do ano letivo (como ocorre nas greves do IFF, por exemplo). Caso o sindicato descumpra a sentença, pagará multa de R$ 20 mil no primeiro dia, R$ 30 mil no segundo dia, R$ 40 mil no terceiro e R$ 50 mil pelos dias seguintes, até o total de R$ 600 mil. O sindicato vai recorrer, mas dificilmente os professores manterão a greve. 

Quando foi estabelecido o piso (acho que em 2008) da categoria, estabeleceram 40 horas, pois a prioridade é para o interior do país, onde os professores recebem, via de regra, salário mínimo, são secundaristas e trabalham 40 horas semanais. Todavia, os professores do segundo e terceiro segmentos do ensino básico (antigo ginásio e 2º Grau), trabalham 20 horas por semana, são obrigados a ter curso superior e não aceitam redução de salário como quer o Governo de Minas, sob alegação de que atuam apenas 20 horas, quando o piso é para 40 horas. 

Todavia, é uma injustiça, porque não se pode admitir um professor com vencimentos abaixo de dois salários mínimos, o que já é uma ignomínia, embora, para mim, o melhor salário de professor deveria ser pago ao professor primário. Ao contrário, é pago nas universidades, cujos doutores recebem entre R$ 6 mil e R$ 16 mil, em média. De qualquer maneira, como piso nacional, os R$ 1.187,00 já seria um grande avanço, principalmente para o Norte/Nordeste/Centro-Oeste. E, no caso de Minas, São Paulo e Rio, os tres estados mais ricos do país, seria melhor do que hoje. Mas não por 40 horas e sim "ao professor", independente dele ser de 20, 30 ou 40 horas.

Salários de prefeituras mais ricas como Campos, Macaé e Quissamã são bem maiores, afora as vantagens, que os que são pagos pelos estados. No caso da greve de Minas, o governo ameaçou contratar 12 mil professores para substituir os docentes em greve. Chegou a publicar uma autorização. Com o possível fim da greve, a partir da sentença que determinou o retorno às aulas, não será necessário a contratação. Mas o impasse está longe de acabar.

Nenhum comentário: