Há dias um amigo meu reclamou que a Avenida São Fidélis "está suja, necessitando urgente de uma limpeza". Perguntei a ele, que tentava culpar a Prefeitura, se o recolhimento do lixo no bairro (Leopoldina/ Pecuária) estava normal. Ele disse que sim. Então, sugeri que ele conversasse com os moradores, seus vizinhos, e os convencesse a não jogar o lixo na beira da rua.
Narro o fato para dizer que virou costume culpar o poder público por qualquer problema na cidade. Se falta água, a culpa é da Prefeitura; se falta energia, ídem. E se as pessoas (ricas e pobres) jogam lixo na rua, em terrenos baldios, é culpa da Prefeitura. Eu digo: me poupem.
Moro no Jockey II e constato que há anos muitos moradores de áreas nobres, como o Flamboyant, colocam entulho e bichos mortos em seus caros veículos e dirigem-se até o loteamento Vila da Rainha (antigo Goiabal, próximo ao CEPOP) onde despejam, na maior cara de pau.
Acrescento ao lançamento de lixo (às vezes caminhões de limpa-fossa despejam os dejetos na mesma área) na rua, canais e terrenos baldios, a ocupação das calçadas. próximo à minha casa há um mercadinho da rede Super Giro, cujo dono cercou a calçada com barras de ferro e as pessoas são obrigadas a andar na rua, num local de movimento de veículos.
Mais próximo ainda tem um salão de festas, o Espaço Mais que Perfeito, que ocupou a calçada como sendo propriedade particular. O mesmo ocorre em vários outros pontos. No Jockey Club uma lanchonete cercou a calçada com grade e telhado para atender seus fregueses e, à noite, guardar o veículo do dono. Outro fez da calçada uma garagem para o carro, num cruzamento perigoso onde já morreu gente atropelada por andar na rua.
Ou seja, não é por falta de educação e conhecimento que as pessoas infringem as normas, as leis. Sabem elas que estão cometendo um ilícito. Depois, quando multadas ou obrigadas a demolirem as construções em espaços públicos, culparão a Prefeitura. Mais uma vez temos que sugerir a obra de Hobbes para que as pessoas de bom senso saibam o que é e como é o bicho humano.
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