Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 13 de março de 2012

Campanha contra o fumo

O que seria do mundo sem os vícios? Açúcar, sal, gordura, estimulantes, tranquilizantes, bebidas alcoólicas... paga-se um preço pelo prazer. Quem evita o prazer também paga um preço. Morre-se de câncer sem fumo, sem bebida, sem entorpecentes. Morre-se de câncer com fumo, com bebida, com entorpecente. O coração fraqueja (às vezes pára) com cigarro ou sem cigarro.

O que estão fazendo, desde o início do século e muito mais com o nazismo e, agora, com a "nova ordem", é um ato criminoso, ao criminalizar o fumante. E nada muda. Temem proibir a fabricação do cigarro, assim como de bebidas, porque sabemos todos que, como ocorre com qualquer produto proibido, fugirá ao controle e o tráfico aumentará e, obviamente, a bandidagem. Então, pressiona-se o fumante.

É uma desfaçatez sem tamanho, uma vingança dos infelizes, além de ser um bom gancho para obtenção de votos de uma sociedade que teme defender o que não é politicamente correto. Os ateus que se danem, pois a onda agora é ser protestante (perdão, evangélico). O catolicismo é tolerante demais (já foi intolerante quando precisava se afirmar). Deixem as pessoas escolherem seus vícios.

Quem defende o não vício, deveria ser o primeiro a não ingerir açúcar, a não ingerir sal, a não comer carne com gordura, não tomar refrigerante, não usar rivotril ou qualquer ansiolótico, pois tudo isso "faz mal a saúde". Tenho sete filhos, dos quais dois fumam. Na verdade, duas mulheres. Os homens não fumam nem bebem álcool (e não são religiosos). São livres para escolher.

Sentirei muito se algum deles (ou meus seis netos) optarem por drogas pesadas como cocaína e crack ou as famosas "bolinhas". Mas o que faço é o que deveria fazer todos que se dizem democratas: mostro os malefícios e os benefícios das possíveis escolhas.  

Os parlamentares que proíbem o fumo, deveriam, para serem coerentes, proibir a fabricação e venda do cigarro. Deveriam proibir a fabricação e venda de bebidas. Deveriam proibir a fabricação de veículos com velocidade acima de 110 quilômetros por hora (pois, se é proibido, por que criminalizar o motorista e não a fabricação do carro com tanta potência?).

Mas se fizerem isso, estarão causando um mal imenso à maioria. perderão votos e o país perderá dinheiro e empregos. O tráfico aumentará e, com ele, a criminalidade. Preferem culpar o fumante, o motorista, o bêbado e o drogado. Tem muita gente que gosta da maconha e, para evitar infringir a lei, já que são bem postos na sociedade, substituíram a maconha pelo Rivotril.

Quem tem dinheiro, consegue tudo e mantém seus vícios, mesmo que meio escondido. Quem não tem dinheiro, suporta as pressões legais e a discriminação de uma sociedade que não serve de exemplo para a humanidade futura.  

A Anvisa está decidindo hoje se proíbe cigarros com sabores. Colocam a questão como se fosse o grande e grave problema nacional. Seria cômico se não fosse trágico. Mas se o governo é favorável, tudo pode. Com Hitler era assim. Depois de ser fumante por décadas, decidiu parar de fumar e encetar uma campanha violenta contra o cigarro e o fumante usando mentiras e verdades como justificativa.

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