Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sobre o discurso agressivo de Nahim

(Nelson discursa no plenário da Câmara (foto: site da Folha da Manhã)

Quado li trecho do discurso ofensivo da deputada Cidinha Campos à família Garotinho, com baixaria, revelando completo desequilíbrio mental, o que provocou risos de Clarissa que disse ter pena da deputada do PDT, fiquei pensando nos discursos ofensivos do vereador Marcos Bacelar e, agora, pela primeira vez na sua história como vereador, as palavras ofensivas de Nelson Nahim.

Como um político que deseja a confiança da sociedade pode baixar o nível dessa maneira? Nelson Nahim mostrou pela primeira vez (pela primeira vez também Garotinho aceitou romper politicamente com ele, o que torna seu futuro político incerto, já que sempre foi apoiado pelo irmão) seu descontrole emocional, levando para o lado pessoal e, por isso, sentindo no fígado, uma questão política. Até porque à sociedade não interessa os problemas pessoais dos políticos.

Ao dizer que Rosinha é uma "prefeita de mentirinha", Garotinho é "um ditador a la Pinochet", Edson Batista é "um vassalo e bajulador" e o deputado estadual Marcus Vinícius, presidente do PTB estadual é um "deputado papelão", o vereador Nelson Nahim mostra um descontrole emocional que acaba descendo muito o nível do debate político. 

Conheço Nahim há décadas e sempre nos respeitamos. Ele, como pessoa, como vereador e como prefeito nos meses de afastamento de Rosinha, sempre me tratou com muito respeito e teve a reciprocidade devida, embora soubesse que sou amigo de Rosinha e lutava para seu retorno ao cargo, de onde havia sido afastada injustamente.

Quanto ao episódio envolvendo o PTB, sempre dissemos (eu e Dr. Edson) que fazia parte das negociações políticas, normais quando se avizinha uma campanha. Quando disse que seria um golpe a destituição da executiva em Campos, estava com a razão, porque nunca o PTB ficou tanto em evidência, com cursos, encontros, uma boa nominata, um grande número de filiados novos. Mas não acreditava que a executiva estadual desrespeitasse o acordo, pelo qual o PTB, em cada município, teria liberdade para fazer as coligações. 

Se alguém ou um grupo tinha o direito de ficar indignado no episódio, seria Dr. Edson, seria a executiva municipal da qual eu faço parte. Em nenhum momento fizemos referência a Nelson Nahim de maneira leviana ou ofensiva. Pelo contrário, declaramos que as tentativas de cooptar siglas fazia parte do processo político. Mas que confiávamos na executiva estadual e no nosso trabalho. 

Por isso causa estranheza os discursos inflamados do vereador Nelson Nahim, com termos que ele não costuma usar e que depõem contra ele mesmo. Se escolheu outro caminho que não o nosso, se decidiu não mais seguir a liderança de Garotinho, já o dissemos, é um direito seu. Mas descer o nível do debate político, igualando-se a, por exemplo, Marcus Bacellar, que nunca se preocupou com postura, com decoro, é lamentável. 

Espero, sinceramente, que ele retome o discurso político. A oposição que hoje lhe tece elogios, assim como fez em relação a Roberto Henriques, amanhã estará contra ele. Ficará sem grupo, isolado como tantos que conhecemos e que se fizeram sob a liderança de Garotinho e não conseguiram, ao buscar outros caminhos, senão o ostracismo e/ou o espaço para críticas sem crédito na sociedade para levá-las a sério.       

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