Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 10 de maio de 2012

Morre Neiva Moreira, um dos fundadores do PDT


Neiva Moreira: uma liderança coerente com seus princípios socialistas

Morreu na madrugada desta quinta-feira, 10, o ex-deputado federal Neiva Moreira, um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT). O ex-deputado, de 94 anos, estava internado desde o dia 31 de março, com infecção respiratória.

Neiva Moreira nasceu no município de Nova Iorque, no interior do Maranhão. Era jornalista e foi presidente nacional do PDT, líder na Câmara por duas vezes e presidente da Comissão de Relações Exteriores.

Deputado estadual pelo PSP (1951 a 1955) e federal, pelo mesmo partido, de 1955 a 1964, Neiva aderiu em 1979 à Carta de Lisboa - o documento oficial de fundação do partido idealizado por Leonel Brizola - e foi o responsável pela criação da legenda no Maranhão. Pelo PDT, Neiva foi deputado federal de 1993 a 1994, e de 1997 a 2007.

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota de pesar sobre a morte declarando que "a política brasileira perdeu hoje um de seus mais expressivos líderes". "Neiva Moreira viveu intensamente a luta pelas liberdades no Brasil e lançou raízes do trabalhismo no país e em vários outros países latino-americanos. Como estudioso, ativista e escritor, sempre esteve ao lado dos povos oprimidos da região[...]. Particularmente, guardarei sempre comigo as boas lembranças de minha convivência com Neiva Moreira", diz a nota.

O corpo do político está sendo velado na sede estadual do PDT, no centro de São Luís. O sepultamento está previsto para às 16h, no cemitério do Gavião.


Neiva Moreira fundou jornais como "A Luz" e "A Mocidade", no Piauí. No Maranhão trabalhou no "Pacotilha" e criou o "Jornal do Povo". No Rio de Janeiro, passou pelos "Diário da Noite" e "O Jornal", e pela revista "O Cruzeiro".


Sua carreira política começou em 1950, quando foi eleito deputado estadual no Maranhão pelas Oposições Coligadas, frente formada pela UDN, PSD, PR, PL, PTB e PSP. Durante o mandato, defendeu a criação da Petrobras e da Eletrobras e tornou-se líder da bancada de oposição. Em 1955, foi eleito deputado federal pelo PSP e ajudou a fundar a FPN (Frente Parlamentar Nacionalista), grupo que condenava intervenção do capital estrangeiro na economia nacional e a remessa de lucros para o exterior.


Reelegeu-se deputado federal em 1958 e 1962, ainda pelo PSP. Moreira apoiou a Revolução Cubana de 1959 e o reatamento das relações diplomáticas e comerciais com a União Soviética em 1961. Em 1964, Neiva Moreira teve seu mandato cassado pelo governo militar no dia seguinte à edição do Ato Institucional nº 1. Em abril daquele ano, a ditadura proibiu a edição do "Jornal do Povo".


O deputado cassado ficou preso no Rio de Janeiro e em Brasília. Depois exilou-se na Bolívia, no Uruguai, na Argentina, no Peru e no México. A instauração de regimes militares provocava as mudanças. Em todos esses países editou jornais ou revistas.


Em outubro de 1979, com a abertura política, Moreira finalmente voltou ao Brasil. Com a extinção do bipartidarismo, aliou-se a Leonel Brizola e em 1980 fundaram o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi deputado federal de 1993 a 2007. Neiva Moreira também foi presidente nacional do PDT e líder na Câmara por duas vezes.
(Sobre texto da Folha de São Paulo)

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