Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 12 de maio de 2012

GRUSSAÍ PRAIA CLUBE SOB DOMÍNIO DO AUTORITARISMO

Os saudosos da ditadura militar não se cansam de usar de subterfúgios e resquícios supostamente legais dos "anos de chumbo" para fazer valer suas vontades, geralmente coniventes com uma ínfima minoria frustrada e raivosa. Têm ódio da democracia, só aceitando-a quando são favorecidos por ela. Quando não, apelam ao Judiciário com argumentos que não resistem a uma leve brisa da liberdade, mas que, às vezes, são obstáculos no caminho das pessoas de bom senso.

Este preâmbulo é para uma simples e sintética análise do que ocorre no Grussaí Praia Clube que, na gestão de Weiner Teixeira de Castro, ganhou elogios até mesmo de alguns de seus opositores. Não só pela gestão eficiente, eficaz e democrática, mas também pelo carinho e respeito com os quais os associados estavam sendo tratados.

Com a volta da democracia ao país e a mudança das leis a partir da Constituição de 1988 e, mais recentemente, com o novo Código de Processo Civil, os Estatutos das entidades criadas ou modificadas durante o regime militar foram e estão sendo alterados. O Estatuto do clube é de 1975. No último mês de março o então presidente do clube, Weiner Teixeira de Castro, promoveu uma Assembléia Geral para mudar o Estatuto, adequando-o ao novo CPC, que é de 2002. A Assembléia Geral, que é soberana, aprovou a mudança, por unanimidade e um dos artigos estabelece a eleição direta para a escolha dos dirigentes.

Porém, um pequeno grupo que se coloca publicamente contra a democracia no clube, alicerçado no Estatuto já invalidado pela Assembléia Geral e pelo qual o poder é exercido por um Conselho Deliberativo, ingressou no Judiciário e conseguiu, momentaneamente, uma liminar para manter-se na direção do clube até o julgamento do mérito. Não resta dúvida que o magistrado que irá julgar o caso dará ganho de causa à Assembléia Geral que é soberana. Mas até que isso ocorra, os que se mantém na direção do clube via liminar, raivosos, estão fazendo um estrago na entidade pela qual deveriam zelar.

Eles, os saudosos da ditadura e aqueles que com eles comungam os mesmos ideais autoritários, picharam paredes, arrancaram placas em homenagem àqueles que serviram bem ao clube, carregaram computadores e, numa atitude arrogante e raivosa, tiraram o sítio eletrônico do clube do ar, justificando "manutenção". Os associados, descontentes com os acontecimentos, afastaram-se, indignados. Aguardam a sentença do Judiciário, com a certeza de que a Democracia prevalecerá. Não só a Democracia, mas a própria legislação, pois em qualquer circunstância, a Assembléia Geral de uma entidade é soberana.

Carlos Eduardo Siqueira de Azevedo e Eduardo Rodrigues Simões Riscado, presidente e vice indicados pelo Conselho (cujo presidente há mais de 10 anos, Antonio Eraldo Lopes Riscado, é pai do vice) e que se mantém no poder por uma liminar, deveriam participar do processo eleitoral aberto, democrático e tentarem vencer o pleito no voto. Sei que são contra as eleições diretas, seguindo os passos do pai do vice, que sentia-se melhor na vida sem eleições diretas de Presidentes e governadores. Mas os tempos são outros.

Os associados, em sua grande maioria, acreditam no Judiciário e esperam uma decisão favorável para que o clube possa voltar a ser bem administrado e que todos voltem a ser tratados com respeito, o que hoje não ocorre. Uma história de mais de 50 anos não pode ser maculada por um pequeno grupo que prefere fazer política nos gabinetes, com acordos que não levam em consideração a maioria. E a decisão caberá ao Judiciário que, por certo, fará Justiça, dando ganho de causa aos que têm direito que, no caso, são os associados.


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