Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É ou não é perseguição?

O regimento da Câmara mudou ou é apenas um caso de interpretação? Pergunto isso porque o suplente assumiu quando Mocaiber tomou posse como prefeito. Agora, apelando para o regimento, a Câmara não empossa Edson, suplente da vez da coligação que elegeu Nahim. Sefor um caso de interpretação, então, que seja convidado o jurídico da Câmara na época de Mocaiber para saber como é que foi permitida a posse do suplente.

Interpretações díspares geram desconfiança, principalmente quando, no mesmo caso, as diferenças são gritantes. veja-se o caso de Rosinha, condenada pelo TRE por abuso de poder econômico e influência na mídia, quando ela não tinha poder algum. Compare com o caso de tantos outros prefeitos condenados e que respondem nos cargos, embora acusados pelo mesmo motivo.

Também o caso de Garotinho, enquanto radialista. Tornado inelegível por ter entrevistado uma candidata (sua mulher) num programa de rádio, quando ele exercia sua funbção de radialista e não tinha poder algum. Outros radialistas nem sequer são interpelados. As emissoras é que pagam multas, ficam fora do ar por um período; quando é impressa, a mídia é multada. Não há caso de jornalista ou dono de jornal inelegível.

É ou não é perseguição?

Essa de dizer, como Cláudio Andrade, por exemplo, que Garotinho deve se calar e buscar na justiça provar sua inocência, insinuando que não há perseguição política, é de uma infantilidade a toda prova. Se a questão fosse jurídica, das duas uma: ou ele seria condenado a muitos anos de prisão ou inocentado. Condenado por formação de "quadrilha armada" e pagar a pena com serviços comunitários faz-nos inferir que os magistrados desejam apenas macular sua imagem para vê-lo derrotado nas urnas.

Outros dizem que, se há uma ação contra alguém, é porque "alguma coisa ele fez". Todavia, essa "alguma coisa" pode não ser crime algum e os magistrados decidirem por uma condenação. A história antiga e recente está cheio de casos de inocentes condenados.

O que Garotinho e Rosinha estão sofrendo é perseguição política. Os nobres blogueiros deveriam listar os prefeitos que cometeram crimes diversos e estão nos cargos. No caso de Rosinha, seu afastamento é absurdo, também, porque ela não exercia cargo algum, não tinha nenhum poder para se falar em abuso de poder econômico. No caso de Garotinho tornar-se inelegível porque entrevistou um candidato no período pré-eleitoral é outro absurdo.

O julgamento não foi nem está sendo jurídico e, sim, político. Essa é a verdade. E Garotinho tem que falar mesmo, acusar a injustiça mesmo, buscar o apoio popular mesmo.  

2 comentários:

Anônimo disse...

avelino.pq so rosinha nao volta?o prefeito de rio das ostra , consequiu liminar!a justica e diferente para rosinha? AFONSO

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Comigo ele nem precisa buscar porque já estou correndo, amado Avelino.
Mesmo que Garotinho me fizesse parar, eu diria: Não paro! Vou correr atrás da verdade sim.
O mal faz tudo para pegar Garotinho. Como não conseguem querem que ele se entregue. Ora veja só. Que ele corra mesmorque porque tem muita gente correndo atrás dele. Tanto os que querem pegá-lo como os que querem se juntar a ele. Agora, se Garotinho pisar na bola aí ele escorrega e passam por cima dele. Por isso ele tem que sempre estar com a consciencia limpa (como sempre esteve) neste "Brasil de Ficha Limpa" não buscada por políticos, mas pela sociedade que tá careca de ver de tudo e nada acontecer. Falemos sério, né?