Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 15 de agosto de 2010

Documentário sobre barão escravocrata em S. Francisco do Itabapoana

Do blog do André Pinto a postagem abaixo. Não pude estar presente, mas gostaria de ver o documentário sobre as obras do Barão Ludwig Kummer. O sistema escravagista implantado por ele na fazenda Tipity, que fabricava a farinha mais cara do país, em Buena, foi denunciado por mim em matéria de página inteira do Monitor Campista.

Ele saiu de Petrópolis para, em Campos, dar uma coletiva para mostrar que não era um escravocrata. O jornal proibiu que eu fizesse a cobertura e enviou Osório Peixoto, que se encantou com sua figura e a reportagem pareceu mais um poema sobre o barão. Coisas do Osório. Quem sabe o documentário trata da questão?!

Sim, porque a Tipity, segundo o secretário de Fazenda de São João da Barra à época (e que também era empregado do barão na Tipíty) disse que a fábrica era a maior recolhedora de ICMS do município. Ou seja, faturava muito com o sistema escravocrata e isso, creio, deve estar no documentário.

Mas vamos à postagem do André Pinto:

"Cineclubistas de São Francisco do Itabapoana lançam agora às 19 horas o Cine Clube Barra Viva, na lanchonete Pipeline, no centro. Na mostra de diversos documentários, um se destaca: As obras do Barão Von Kummer, um austríaco considerado o "rei" da Tipity na década de 40, no filme intitulado "Barra Viva".
A entrada é franca e a realização é da rapaziada cinéfila de São Francisco do Itabapoana ligada ao Observatório Humano Mar.
Obs. Eu já vi este documentário sobre a fábrica de farinha da tipity e digo que foi uma produção muito inteligente, utilizando imagens do arquivo da Tipity de tirarem o fôlego. Uma curiosidade também é a frota de navios que Von Kummer possuía e até algum daqueles que aparecem na filmagem, pode presumir-se ser do empresário Simão Mansur. Eu possuo um livro, raridade, chamado "Depoimento" em que conta toda a odisseia de Von Kummer, inclusive a sua perseguição, na qual foi confundido com espiões nazistas, só por ter ajudado náufragos alemães em plena II grande Gurerra Mundial na entãocosta sanjoanense. Esse território tem é história!"

6 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

E como tem história!

E pode vir contar que já estamos sentados!

E nem vamos comer pipoca para ficarmos bem mais atentos... hehe!

Avelino Ferreira disse...

Sabe, anônimo que assina esse nome estranho, como estou velho, sou cheio de histórias. Até tive uma idéia com seu comentário: cobrar uma graninha para contar histórias. Não tem os contadores de história? Pois é. Lembra até daquele filme americano... eu poderia contar histórias e, creio, dariam o que falar, pois as novas gerações nem fazem idéia do passado recente na nossa terrinha e as velhas gerações não parecem dar importância ao que de ruim as pessoas fizeram. Principalmente aquelas que estão por aí ou seus filhos ocupam cargos importantes, como é o caso de Geraldo Coutinho e Inojosa, dois escravocratas. Infelizmente, quem manda nas instituições não quer abrir espaço para "assuntos polêmicos".

aline disse...

éééé anônimo podia ter ficado sem essa !!!!
tenho 21 anos e sou apaixonada por história
e outra moro perto da casa que o barão te lá
em Barra do Itabapoana.

Unknown disse...

É meu caro, "Splanchnizomai abraçando o amanhã", história muitas das vezes mau contada, como a do nosso querido blogueiro, esse Avelino. Busquei o nome do Osório no Google e caí aqui para ler essa afronta ao nome do finado e saudoso escritor campista. Osório hoje estaria com 79 anos, 21 anos mais velho que o blogueiro. Quando se passou esse episódio da entrevista do Barão? Conhecendo bem o Osório como o conhecia, o que certamente ocorreu, foi que o jovem jornalista Avelino, com medo de enfrentar o Barão, botou o rabo entre as pernas, e sobrou para o Osório a tarefa da entrevista, o que certamente causou essa profunda mágoa no blogueiro.
Sinceramente prezado blogueiro, como pode linchar dessa forma o nome do velho Osório? O cara escreveu livros como Histórias da Abolição, Ururau da Lapa, Mangue e tantos outros livros e temas sempre a denunciar os feitos cruéis e desmandos escravocratas e das classes dominantes. Agora o Sr. me vem com uma dessas, Osório fazendo poema pra Barão... é realmente me lembro de um, feito por ele: O Barão ganhou busto na praça/Na praça do povo das flores e das crianças/... esqueceram de fundir o chicote, os ais, os prantos/Que o barão deixou na terra/... Flechando livre o espaço azul/Um passarinho voa de um arbusto/E caga na cabeça do Barão.
Esse é o poema que o velho Osório fez para o Barão? Cara de pau, cada um que me aparece!

Avelino Ferreira disse...

Ao anônimo Renato Luiz, quero dizer que a reportagem que fiz sobre a escravidão na Tipity foi em 1980. Página inteira de jornal. Osório, então escrevia no Monitor. Eu queria entrevistar o tal barão, mas o jornal mandou Osório. A matéria dele também está no jornal da época. É só procurar no Arquivo Público. Osório era meu amigo. Isso não impede de eu dizser o que é óbvio e sem nenhuma intenção de macular a imagem do poeta. Mas você sabia que ele escreveu um livreto para Alair Ferreira? Disse ele que era por causa do dinheiro, que precisava. Eu não faria tal coisa. Mas cada um sabe de seus limites... Sabia que no racha Garotinho/Arnaldo ele ficou com Arnaldo? nem por isso Garotinho e Rosinha deixaram de admirá-lo. Ela daria seu nome à ponte que Cabral chamou de Rosinha. Agora, vai dar seu nome ao Centro de Eventos Populares, o Cepop. Mas que ele roeu as cordas, roeu. E, no caso do barão, deixou-me muito irritado. Sobre covardia, rabo entre as pernas etc., posso dizer que você não me conhece. Você é medroso, como, aliás, quase todo mundo. Mas eu sou a coragem em pessoa. Para combater escravocratas, exploradores do povo, corruptos etc., jamais recuei, nem mesmo com metralhadora apontada para meu magro peito.

Resolvi responder ao seu comentário porque respeito a memória de meu amigo Osório e sei que você não o conheceu. Então, não faça ilações. Enfie o rabo entre as pernas e recolha-se à sua insignificância.

Leandro Babão disse...

Barão Escravocrata no Sertão Sanjoanense??, Façam-me o Favor..., estudem um pouco mais a História antes de propagar bobagens e cometer injustiças. a verdade é que antes de o Barão andar por essas terras, o povo do sertão sequer sabia que deveria trabalhar oito horas por dia somente, ou seja, ludwig Von Kummer aboliu a escravatura dessa região.