Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 2 de março de 2013

Campos tem que entrar nessa onda


Antiguidade é posto. Campos tem que entrar nessa onda 
Nas comemorações (dos 448 anos da cidade do Rio de Janeiro), o ex-jogador de futebol Zico e ator José de Abreu receberam o título de Cidadão Carioca. Fora do largo da Carioca. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) promoveu dois circuitos a pé em pontos importantes da cidade. O itinerário passa por museus e centros históricos que retratam as festividades e rituais mais importantes da história do Brasil imperial, ocorridos na cidade.
O Circulando pelo Campo de Santana, da Proclamação da República e de São Jorge Guerreiro, reuniu pela manhã visitantes, que saíram do Centro Cultural Light, no centro. Á noite, o roteiro Caminhando Entre Luzes partirá da Casa França-Brasil, ao lado do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro. Todos os eventos são gratuitos.
Postei o trecho acima, retirado de matéria do Jornal do Brasil, para lembrar que venho, há mais de 30 anos, insistindo para que os poderes públicos (executivo e legislativo) estabeleçam uma data para comemorarmos o aniversário da cidade de Campos que faça justiça ao seu tempo histórico.
Não só eu, mas Sylvia Paes, Jorge Renato Pereira Pinto (recentemente falecido) e Aristides Arthur Soffiati Netto também defendem uma data como princípio da existência portuguesa (invasora) da planície goitacá. Soffiati não defende uma data, mas sim, que não persista o 28 de Março como se fosse o início. Sylvia defende (o mesmo que Jorge Renato), 1677, que foi a instalação da Vila de San Salvador dos Campos. Eu defendo a data da criação da Capitania de São Thomé (1534) ou a data da doação da capitania a Pero de Góes (1536). 
Justifico afirmando que há, no caso de Campos, uma certidão de nascimento assinada pelo rei de Portugal. Quando o bebê cresce e passa a ser parte efetiva da história, não altera sua data de nascimento, que é contada a partir de sua certidão ou de relatos dos parentes, quando não há o documento (isso ocorria muito no meio mais pobre). 
Tem cidades, como São Paulo, que conta seu tempo a partir de um quase nada. O Brasil mesmo tem a data de 22 de abril de 1.500, quando os invasores aqui estiveram (e logo foram embora). Nem Brasil era. Então, não é absurdo reivindicar para Campos a data de sua certidão. 
Para os discordantes, que apresentem argumentos. Talvez mesmo em debate público. O que não pode é a continuidade do 28 de Março de 1835 como "aniversário" ou "nascimento". NOssa CÂmara tem 360 anos. A Festa de São Salvador, 360 anos. O Solar do Colégio dos Jesuítas, hoje Arquivo Público Municipal, é do século XVII...
Quando Garotinho, então recentemente empossado prefeito, comemorou o 28 de Março, o fez como uma data importante. Quando Raul Linhares comemorou o 29 de Maio, o fez por ser uma data importante. O 28 de Março suplantou todas as demais, todavia. E ficamos sem uma data de "nascimento" que faça sentido e valorize a nossa rica história. 

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