Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 15 de julho de 2012

Gravações expõem esquema fraudulento em S. J. da Barra


Povo de São João da Barra pede socorro



Complicou-se bastante a situação da prefeita de São João da Barra, Carla Machado. Vocês se recordam que há alguns meses o blog publicou um áudio onde ela conversava com um homem oferecendo-lhe dinheiro para espancar uma mulher até a morte. Na época tomei todas as precauções necessárias para me certificar de que não era uma montagem, inclusive realizando uma perícia técnica que comprovou que a voz era mesmo da prefeita Carla Machado. Naquela ocasião, a prefeita ocupou os microfones de rádio da cidade pra dizer que a fita era falsa e que me processaria. 

Hoje o mundo deve ter desabado sobre a cabeça dela. Samuel que na fita é identificado como Samuca, o homem a quem Carla Machado quis pagar R$ 3 mil para espancar uma assistente social da APAE até a morte foi ao estúdio da rádio O Diário FM onde eu participava de uma entrevista e não só confirmou tudo o que estava na fita como revelou fatos novos gravíssimos, e foi além, disse que após a divulgação da fita no meu blog sofreu ameaças do irmão da prefeita e foi convidado para um encontro com ela onde lhe ofereceram vantagens para que dissesse fez uma montagem. Samuca deu seu nome completo, o endereço onde mora no bairro Água Santa, no município de São João da Barra e revelou muita intimidade com a prefeita. Um homem humilde, mas que disse que estava com a consciência tranquila e que só fez a gravação porque a prefeita está acostumada a fazer covardias e botar a culpa nos outros. Afirmou também que a mulher sofreria a surra hoje está bem de vida. Fez um acordo com a prefeita para não divulgar nada que a comprometesse, ganhou uma posição importante na prefeitura e anda de carro importado pela cidade. O depoimento ao vivo na rádio foi chocante e desmoralizou de vez a posição prefeita. 

Mas o ponto alto da entrevista foi quando Samuca revelou que estava acompanhado do seu amigo Arlindo que o convenceu a dar a entrevista. Arlindo também resolveu falar e afirmou que durante 2009 e início de 2010 foi contratado pela prefeita para montar em sua residência um sistema de espionagem e gravação clandestino. Segundo ele foram instaladas micro-câmeras até dentro de uma imagem de uma santa, além de canetas filmadoras e outros seis pontos de captação de áudio e vídeo. Para provar que estava falando a verdade, Arlindo exibiu algumas gravações. Numa delas, Carla Machado está conversando com seu amigo deputado estadual João Peixoto (PSDC - RJ) sobre como cooptar os vereadores da oposição e trazê-los para o lado dela. Como sabia que tudo estava sendo gravado, a prefeita deixava as pessoas falando para comprometer os interlocutores. Numa outra fita, esta de áudio, o empreiteiro Ari, da empresa Pontal de Atafona conversa com outros empreiteiros dizendo que quem faz as planilhas de obras da prefeitura e manda pagar é ele, e diz que firma é que vai fazer cada obra. Ele afirma textualmente: "Você vai fazer essa (e dá o nome da firma). Você vai fazer aquela ( e dá o nome da firma)". E no final diz: "Fiquem tranquilos. Quem manda pagar na prefeitura sou eu. Eu mesmo". 

A cidade de São João da Barra está em polvorosa. Todos sabiam da corrupção na prefeitura, mas nunca tinham explicitamente ouvido o quw ouviram hoje. A sensação é de que o crime organizado tomou conta da cidade. A prefeita contrata pessoas para matar as outras; empresários direcionam as licitações da prefeitura. No TSE corre uma ação para tentar anular as transferências de títulos de eleitores feitas à base de favores pela prefeita Carla Machado. Para se ter uma idéia São João da Barra tem 32 mil habitantes e 31 mil eleitores, pessoas que ganharam vantagens entre elas o Cheque-Alimentação para votarem no candidato da prefeita. 

O escândalo é tão grande que hoje na cidade, a prefeita já é chamada de Carlinha Cachoeira. 


(Postagem extraída do Blog do Garotinho)

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