Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quarta-feira, 11 de julho de 2012

Delegado diz, na Folha, que Garotinho intimida as pessoas

Já escrevi aqui, em mais de uma ocasião, que a política em Campos gira em torno de Garotinho. No poder ou fora dele, Garotinho faz política, provoca o debate político e, de maneira corajosa, encara as situações adversas. Sem ele, como já ocorreu em vários momentos, o debate político ou não existe ou é frágil, ao ponto de não gerar interesse da população e de não gerar material político para a mídia.


Com Zezé Barbosa, Raul Linhares, Sérgio Mendes e Mocaiber, o debate político não ganhava as ruas, não motivava o cidadão. Nos governos desses prefeitos na história recente de Campos, quem promovia o debate político? Garotinho. O debate político, desde a Grécia antiga, é salutar e, fruto da democracia, ajuda a fortalecê-la. 

Na mídia estadual e municipais, não há um dia sequer sem referência a Garotinho. As manchetes dos jornais,  as postagens nos blogs e sites de notícia são cunhadas a partir dos passos e ações de Garotinho. 

Ao dizer algo considerado apenas especulativo, Garotinho é alvo de elogios e críticas, como fez agora na Convenção do PR sanjoanense. Disse que em ão João da Barra, ainda este ano, ocorrerá o mesmo que em Campos em 2008, quando a Polícia Federal prendeu secretários, assessores da Prefeitura e empresários acusados de corrupção, chegando a afastar o prefeito. 

Carla Machado, prefeita de S]ão João da Barra, declara que Garotinho denuncia e especula porque tem imunidade parlamentar. Todavia, ela esquece-se que, no caso de Campos em 2008, ele não tinha mandato. Ou seja, Garotinho não precisa de mandato para dizer o que pensa. Geralmente acontece dele ter razão, porque sustenta-se em fatos. 

Quando o delegado da Polícia Federal em Campos, provocado pela reportagem de Folha da Manhã, refere-se às especulações de Garotinho, o faz de maneira a provocar uma reação. Tenta desqualificar o ex-governador e faz o jogo "sem querer querendo". 

Envolver-se no debate político na condição de delegado ( e a mídia  o entrevista justamente por ser ele uma autoridade policial), emitindo parecer sobre Garotinho, revelando sua opinião desabonadora da conduta do parlamentar, é sair da esfera de sua competência institucional e entrar na esfera subjetiva, no campo do "achômetro", principalmente quando tenta macular o caráter do ex-governador, ao dizer: "— Faz parte do processo eleitoral e todos conhecem o estilo do ex-governador, que usa discursos desse tipo para intimidar ou conquistar as pessoas.(...). 

A frase, extraída do texto, não deixa margem à dúvida quanto ao conceito que o delegado tem em relação ao ex-governador. Quando o delegado diz que "todos conhecem o estilo do ex-governador", fica evidente que está se referindo ao caráter e que eu e qualquer outra pessoa temos conhecimento de que Garotinho age de uma certa maneira. No caso, uma maneira desabonadora. E quando diz que Garotinho "usa discursos desse tipo para intimidar ou conquistar as pessoas", evidencia sua desaprovação da conduta do ex-governador. Chega mesmo a acusar o parlamentar de intimidar as pessoas. Estende a acusação ao dizer que Garotinho atua no sentido de criar uma instabilidade política no vizinho município.

Acusação gravíssima, principalmente quando quem a faz é o delegado federal da região. Fosse de um adversário político, a acusação se restringiria ao debate político, sem maiores consequências. Mas, tratando-se de um delegado federal, a acusação é grave. Criar uma instabilidade é subverter a ordem, desprezar o ordenamento jurídico, menosprezar a Constituição que os parlamentares aprovaram. Será que Garotinho está sendo investigado por intimidar pessoas e tentar desestabilizar o sistema democrático? 

As declarações do delegado federal geram especulações 

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