Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Relações entre EUA e Cuba serão retomadas

O fato mais importante neste início de século (e que, por certo, será um dos mais importantes da história política após a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética), será a retomada das relações diplomáticas e comerciais entre Cuba e os Estados Unidos da América, a ser anunciada oficialmente a qualquer momento.  

Barack Obama, apertou a mão e trocou breves palavras com
Raúl Castro, durante a homenagem a Nelson Mandela, na África do Sul.

Os EUA abrirão sua embaixada em Havana, após acordo firmado entre os presidentes Barack Obama e Raul Castro que incluiu a libertação do americano Alan Gross, 65 anos, preso em 2001 quando tentava burlar as leis cubanas para "promover a democracia no país". Julgado e condenado, Gross pegou 15 anos de prisão. Obama pediu por ele, por "razões humanitárias".

Raul Castro libertou Gross e um funcionário da inteligência americana, preso há mais de 20 anos. Por seu turno, Barack Obama ordenou a libertação de três cubanos, presos na Flórida em 2001, acusados de conspiração contra o "Tio Sam". Os três cubanos são considerados heróis em Cuba.

As relações EUA/Cuba foram rompidas em 1961, após a invasão da Baía dos Porcos por um grupo de exilados cubanos, atuando para a CIA com a missão de matar Fidel Castro. Foram derrotados, presos, seus chefes fuzilados.O ataque, segundo o historiador Richard Gott, foi "um dos maiores erros estratégicos dos EUA no século XX", fazendo com que Castro se aproximasse da então União Soviética. 

O cerco econômico à ilha foi decretado por John Kennedy em 1962, portanto, há 52 anos, tempo em que o mundo (menos a União Soviética) deixou de negociar com Cuba. Registre-se que, antes mesmo da queda do muro de Berlim, muitas nações mantinham relações com Cuba, inclusive o Brasil, a partir do Governo Sarney. Mas nada de negociação direta. Quem ousou mais foi a Venezuela, com Hugo Chaves. 

Para o reatamento das relações EUA/Cuba, foram 18 meses de negociações secretas promovidas pelo Canadá e encorajadas pelo Papa Francisco. Quando Obama cumprimentou Raul Castro durante solenidade em homenagem a Nelson Mandela, na África do Sul. 

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