Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 9 de junho de 2012

Juiz condena César Maia por construção de Igreja

O povo, de um modo geral, não sabe o que é um mecenas, mas quer que cada  político seja um. Pede tudo aos políticos e estes, na maioria das vezes, faz tudo para atender os pedidos temendo negar e perder votos. Em verdade, o Mecenas pessoa (Gaius Mecenas), que viveu no último século antes de Cristo, era um político de família rica que ajudou financeiramente Horácio, Virgílio e outros artistas romanos. 

Sinônimo de "mão aberta", um mecenas é alguém que ajuda os outros financeiramente. Mas quando alguém se elege, recebe, durante o mandato, pedidos de toda ordem. No caso do executivo, a pressão é grande para que o detentor do mandato banque entidades asistenciais, clubes de futebol, viagens, construção e reforma de sede para sindicatos, igrejas etc.. 

E foi por atender à Mitra Arquiepiscopal, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, auxiliando na construção da igreja de São Jorge, em Santa Cruz, zona oeste da capital, investindo R$ 149.432,40 na obra, através da empresa Studio G Construtora, que o ex-prefeito do Rio, César Maia, foi condenado, ontem, pelo juiz Ricardo Starling Barcellos, da 13ª Vara de Fazenda Pública a cinco anos de inelegibilidade. O processo é de 2004.

Para o juiz, a Mitra Arquiepiscopal "enriqueceu ilicitamente" e terá que devolver aquela quantia. César Maia, além de ficar ienelegível, terá que devolver aos cofres públicos R$ 149.432,40. A construtora e três ex-funcionários da RioUrbe, órgão responsável pelo contrato, também foram condenados. Talvez tenha faltado condenar quem, da procuradoria do município, deu o aval jurídico para que a obra fosse feita. 

O atual prefeito, Eduardo Paes, pode firmar convênio com a entidade Cacique Cobra Coral, por exemplo. Nada acontece. Mas o caso é que atender a comunidade ajudando a fazer uma capela para o seu padroeiro, no caso, São Jorge, é ilegal. Segundo o juiz, inconstitucional. Então, cedfer toda a estrutura para as festas religiosas também deve ser inconstitucional. Ou não? Daqui a pouco o judiciário vai condenar prefeitos por apoiarem as manifestações religiosas, pois as igrejas são particulares.      

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