A cultura está cada vez mais mediocrizada. É, há muito, uma cultura jornalística. As pessoas sabem um quase nada de muito e acham que sabem muito. Enganam-se e tentam enganar outros. Porém, caem no ridículo porque mesmo os outros que quase nada sabem, sabem que eles têm uma cultrura de almanaque. Como vivemos como se a vida fosse um show de variedades, assimilamos opiniões como se verdades fossem. Os poucos que têm conhecimento calam-se porque, estranhos, não podem viver numa sociedade fabrficada. É esta a que temos. Então, esses poucos fingem que também assimilam asneiras e procuram o isolamento.
Darcy Ribeiro disse, com razão, que os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem. Culpa-se o Estado pela má educação. Mas os maiores culpados são os corpos discentes e docentes. E a mídia, que acha mais fácil vender bosta com uma fitinha dourada em volta do que insistir na diculgação e apoio à cultura de verdade. A mentira, claro, é mais fácil de ser assimilada. A fragmentação da informação é ideológica e a cultura jornalística pé "vendida" como conhecimento. Infelizmente. E, por isso, temos imbecis comentando sobre coisas que não conhecem.
Certa vez havia uma pessoa falando muito sobre teatro. Pedi, desafiando, que essa pessoa subisse ao palco e falasse, com propriedade e sem recorrer ao "né", 10 minutos sobre teatro. Óbviio que a pessoa não aceitou o desafio, pois não conseguiria. Ainda vou fazer isso com algumas pessoas que se arvoram a falar e escrever sobre coisas que não conhecem. Temos que, no mínimo, que mostrar nossa indignação em relação aos charlatões que, pelo nosso silêncio, vão ganhando espaço numa sociedade de "massa".
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