Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







segunda-feira, 5 de julho de 2010

Como Rosinha, sem poder algum, pode ser acusada de abuso de poder econômico?

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ministro Ricardo Lewandowski confirmou a cassação e consequente inelegibilidade por três anos da prefeita Rosinha Garotinho por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Pergunto eu: como? Se ela não exercia cargo público, se não tinha ao seu lado empreiteiros nem grupos que despejassem dinheiro na campanha? Aliás, a ação de Arnaldo Vianna contra ela é de antes da campanha propriamente dita. A rádio Diário, que a teria favorecido, tirou Garotinho do ar e, ainda, seu proprietário de então quase negociou com o governo municipal, cujo mandatário era Alexandre Mocaiber, que apoiava Arnaldo Vianna. Então, como alegar abuso de poder econômico? Se houve abuso, foi por parte de quem tinha o poder. Tanto que os inúmeros processos do Ministério Público mostraram uma série de favorecimentos a empresários que bancaram, posteriormente, a campanha de Arnaldo. Alguns, no segundo turno, apoiaram Rosinha, até poque sentiram que Arnaldo já estava derrotado. Quem acompanhou as eleições de 2008 viu como o dinheiro era despejado na campanha de Arnaldo. A campanha de Rosinha, ao contrário, foi no sacrifício. Que o jornal O Diário e a rádio Diário tinham preferência por Rosinha, do mesmo jeito que o grupo Folha da Manhã tinha preferência por Arnaldo, é fato. Todavia, quem recebia dinheiro da Prefeitura era o grupo Folha. O Diário não viu a cor do dinheiro porque não havia. Qualquer investigação vai mostrar isso. Não só a rádio Diário era contra a roubalheira que havia em Campos. A Campos Difusora, rádio AM de maior audiência em Campos, também tinha simpatia pela ex-governadora. E não recebia dinheiro para fazer campanha. Então, onde está o abuso de poder econômico? Não há como negar que o julgamento é político e não, jurídico. O ministro Marcelo Ribeiro não analisou o processo e corroborou o que o TRE sentenciou, com argumentações que extrapolam o processo. Assim mesmo o presidente, que em geral acompanha o voto do relator, preferiu dar o voto de desempate contra o acusado, sem dar a mínima para o voto do relator. Tudo muito suspeito. O que resta agora? Aguardar o julgamento do mérito, esperando que ele ocorra no início de agosto, ao fim do recesso e que haja ministros comprometidos com a ética, com a Constituição, com o Estado de Direito, para julgar serenamente. O povo de Campos merece respeito e quer um julgamento justo.

Um comentário:

Maria Roberta disse...

Senhor Avelino, meu pai não escreve direito e me pediu para escrever que depois que a Rosinha assumiu a Prefeitura a vida melhorou. Hoje, tem mais comida em nossa mesa, pois ele gasta menos com nossas passagens, e minha avó foi salva pelo Emergência em Casa. Palavras de meu pai:
"é uma covardia o que estão fazendo com a nossa cidade. Esta moça Rosinha não da mesma laia daqueles ladrões que estavam antes na prefeitura, ela é uma moça direita".
É também meu sentimento.
Maria Roberta