Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 27 de setembro de 2015

Suzana Vargas fala na Câmara sobre a doçura da palavra

(Fotos: Ian Thomaz Avelino)

Suzana Vargas fala sobre a importância da leitura

Depois da execução do Hino Nacional e a apresentação da cerimonialista Daniela Tinoco, O assessor de Relações Institucionais da Câmara, Avelino Ferreira, deu as boas vindas aos presentes e à palestrante, a poeta escritora Suzana Vargas, em nome do presidente da Casa, Edson Batista. Em seguida, a mestre de cerimônia anunciou Suzana Vargas que  começou falando de suas experiências pessoais e o que a literatura representou para ela.

“Onde vou, a poesia está presente. Tudo que sou devo à leitura, que representa tudo para mim. Antes de vir para o Rio de Janeiro, vivia numa cidade do interior (Alegrete), onde não tinha nada para se fazer, mas ao mesmo tempo havia muita coisa. Então, muito cedo comecei a ler, na minha cada tinha livros. Não entendia nada do que lia, mas eu tentava. Tudo que aprendi foi pela leitura, que me ajudou a compreender tudo que acontecia à minha volta, quando fui para o Rio, nos anos 70, em plena ditadura. Logo entendi onde eu estava naquele momento e o contexto em que vivia”, relatou.
Suzana contou ainda que bem cedo já poetizava na escola, aos oito anos. “Escrevia meus poeminhas e mostrava à professora de Português. “A leitura ajuda a gente ficar melhor. E ficar melhor é entender o mundo onde vivemos. Quem lê se destaca em qualquer lugar”.
Suzana interagiu com a plateia formada basicamente por alunos que lotaram o plenário Álvaro Lopes Vidal, ao explicar a construção da poesia e suas formas de interpretá-la. “Não existe uma forma correta de se ler ou interpretar poesia, ela é livre, cada um de nós tem um olhar diferente. A interpretação é livre, de acordo com o pensamento e a sensibilidade de cada pessoa”, explicou, ao expor num vídeo poemas do paulista Marcelino Freire, cercado de imagens.
“Esses são poemas para ser lidos pelas palavras, mas pelas imagens que os cercam. Poesia é brincadeira, de brincar com as palavras, é visual ou dança”, acrescenta.
Depois, tratou de poemas de Manuel Bandeira e Ferreira Gullar, sempre provocando a participação de alunos. Neste poema de Ferreira Gullar, “Açúcar”, há uma relação com Campos, a terra do açúcar, produto que, antes de chegar à nossa mesa, tem todo um processo que passa pelas mãos de trabalhadores que participam da sua fabricação. O poeta teve essa sensibilidade de tratar desse aspecto em seus versos”, observou.
No poema “Os bichos”, de Manuel Bandeira, a escritora analisa a crítica social da obra. “Ele foi escrito há 100. De lá para cá alguma coisa mudou. Acho que para pior, não? Bastar olhar a realidade onde a gente vive”, inquietou-se.
Os vereadores mirins comandaram a sessão especial 
O vereador mirim Bruno Pajola opinou sobre o poema a partir de uma experiência pessoal. “Fui a um restaurante, onde o garçon proibia os pedintes na calçada de pedirem restos de comida. Mas depois vi que ele mesmo dava pratos de comida que restava para um cachorrinho que ali estava. No fim, vi que as pessoas na calçada sendo tratadas piores do que o bicho”, comentou.
A presidente do Parlamento Mirim, Karol Santos de Matos, considerou que o evento preencheu todas as expectativas. “Não apenas pelo plenário lotado, mas pelo interesse demonstrado pelos alunos, a participação e a interatividade. Ficamos conhecendo um pouco sobre as formas de se ler e interpretar poesia e a visão do poeta sobre o que está por trás da construção dos temas que ela trata”, disse. Karol afirmou também que palestras como estas podem despertar o interesse em ler poesia por parte os alunos.
Avelino fez as honras da Casa

No final, foi exibido um vídeo sobre o trabalho de uma oficina de poesias coordenado pela professora Maria Luíza Pessanha, que resultou na construção do “Manifesto de Amor à Poesia”, com a participação de cada aluno com suas idéias e textos.
Por fim, foram prestadas homenagens com a entrega de placas e buquês de flores à coordenadora do Parlamento Mirim, Marilene Merin, à professora Maria Luiza, além de  alunos e outros professores.
Uma plateia atenta,


composta na quase totalidade por jovens

O plenário da Câmara Municipal de Campos foi inundado com a arte e os encantos e olhares da poesia, durante a sessão especial do Parlamento Mirim, neste sábado (26), que abrigou o tema “Por uma cidade de leitores”, com a uma palestra interativa da escritora gaúcha Suzana Vargas. O evento é parte integrante da programação do Festival Doces Palavras (FDP), que termina neste domingo (27) na Praça do Liceu.

Avelino conversa com Suzana Vargas

e os dois posam na escadaria da Câmara com os alunos do Felix Miranda mais a pedagoga Viviane Terra, Sophya e Flora

(Sobre Matéria do site da Câmara)

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