Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 11 de agosto de 2012

Gustavo Smirdele escreve sobre livro de Avelino


(Foto: Oguianne Sardinha)
Gustavo e Dilceia Smirdele no lançamento de meu livro

Os amigos Dilceia e Gustavo Smirdele me deram o prazer e a honra de contar com suas presenças no lançamento de meu livro no Trianon. Dois dias depois, em artigo do jornal Folha da Manhã, o doutor Gustavo escreveu um artigo que reproduzo abaixo: 

A festa de São Salvador
Foi lançado anteontem à noite, no Trianon, o livro ‘São Salvador, 360 anos (1652-2012): o significado do 06 de agosto, a história da praça, da Catedral Diocesana e da Festa do Padroeiro’, de Avelino Ferreira. Ainda não pude saborear inteiro, mas a pequena espera na fila dos autógrafos foi suficiente para a leitura de alguns capítulos do conciso volume de 80 páginas. Num deles, uma afirmação categórica: muitos estudiosos da nossa história estariam enganados ao afirmarem que o general Salvador Corrêa de Sá e Benevides, mandatário da Capitania, teria feito uma auto-homenagem ao dedicar a São Salvador a capela reerguida em 1652 no local onde hoje está a igreja de São Francisco. Segundo o autor, a biografia corrente de Salvador Corrêa contém outros equívocos, como seu suposto nascimento no Rio de Janeiro, em 06 de agosto de 1594, quando teria ocorrido em Cádis (porto de Andaluzia), em 1602.
O livro é uma tentativa de resgate e preservação de manifestações religiosas de Campos, segundo seus próprios textos de apresentação. Em capítulo posterior, dedicado à memória da festa do Santíssimo Salvador, o autor relata a busca por fontes documentais que pudessem referendar as informações de que sua primeira edição teria ocorrido em 1652 e que, portanto, a festa completaria 360 anos agora em 2012. Pelo menos no âmbito da pesquisa que embasou o livro, não foi possível chegar aos registros dos primeiros festejos. Encontrou-se, isto sim, referência a uma carta de 1749 em que o então pároco João Clemente relata as ‘péssimas’ condições da matriz e a impossibilidade de realizar nela a Festa de São Salvador. Os pesquisadores viram nisto um indício (a rigor, o livro fala em ‘comprovação’) de que a festa já fosse realizada muito antes de 1749.
Seja como for, todos os esforços de preservação da memória campista convergem para a evidência de que ainda somos pouco zelosos em relação a nossa trajetória. Os 177 anos de elevação à categoria de cidade (data de referência: 28 de março de 1835) são mais enfatizados do que os 335 anos de fundação da Vila de São Salvador dos Campos (data de referência: 29 de maio de 1677). Temos uma densidade histórica que nos passa quase despercebida e que, de algum modo, esvazia de significado nossa experiência presente. Temos que mudar isto.

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