Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 24 de setembro de 2013

Na ONU, Dilma Roussef faz duras críticas à espionagem americana

  Timothy Clary/AFP
 
Dilma Rousseff defende criação de marco de internet para evitar intrusão


Repercutiu em todo o mundo o discurso da Presidente Dilma Roussef na ONU. Ela falou por cerca de 20 minutos (iniciais) sobre a intromissão dos EUA no Brasil, via espionagem de seus órgãos de inteligência. 
   
Na plenária, Dilma qualificou o programa de inteligência dos EUA de "uma grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis; de invasão e captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional". 

Dilma afirmou que as denúncias causaram "indignação e repúdio" e que foram "ainda mais graves" no Brasil, "pois aparecemos como alvo dessa intrusão". Disse ainda que "governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais". "Elas são inadmissíveis", completou. 

Conforme a brasileira, o Brasil "fez saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão". Há uma semana, a presidente cancelou a visita de Estado que faria ao colega Barack Obama em outubro que vem, em Washington, por "falta de apuração" sobre as denúncias de que a inteligência americana espionou as comunicações pessoais da brasileira, além da Petrobras. 

Para ela, "imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre elas, sobretudo entre nações amigas". Dilma também foi extraordinariamente dura ao rebater frontalmente o argumento americano de que a espionagem visa combater o terrorismo e, portanto, proteger cidadãos não só dos EUA como de todo o mundo. 

Para a presidente, o argumento "não se sustenta". "Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos fundamentais dos cidadãos de outro país." 

"O Brasil, senhor presidente [da Assembleia Geral], sabe proteger-se. Repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas", disse. 

A Presidente começou a discursar na Assembleia-Geral às 9h50 locais (10h50 em Brasília), e falou por 20 minutos. No entanto, o americano não viu a parte do discurso em que foi criticado, por ter chegado às 10h03 (11h03 em Brasília). 
(Sobre matéria da Folha de São Paulo)

Nenhum comentário: