Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sexta-feira, 20 de abril de 2012

Salgadinhos com carne humana


Fico pensando, às vezes, o que se passa na cabeça das pessoas que compraram e comeram os salgados vendidos por Isabel Cristina, na cidade de Garanhuns, Pernambuco. Sim, porque muitos dos salgados eram recheados com carne humana, carne das mulheres que ela, seu marido e a amante de seu marido matavam, comiam algumas partes, outras serviam para rechear os salgados e o resto era enterrado nos fundos da casa. 

Sabemos que só existe fato se houver versão. Ou seja, não se não há versão, não há fato. Então, sabemos que essas pessoas matavam e comiam pessoas porque houve versão do fato, após as prisões dos suspeitos e a confissão. É possível, então, que aqui ou alhures outras pessoas façam o mesmo. Matem pessoas, comam a carne e ainda sirvam os clientes como se fosse carne de gado. Quem garante que não? 

Como vivemos de crença, acreditamos que a carne que compramos tem boa procedência, que o remédio que o médico receita é o correto, que o pão que comemos é feito com asseio, assim como a comida dos restaurantes. Nem precisa de selo de qualidade (que, às vezes, não garante nada), basta que acreditemos que está tudo bem. Até que um dia, em muitos casos, descobrimos, devido a alguma versão (em geral, da mídia) que coisas como essa em Garanhuns, acontecem. Mesmo assim, precisamos continuar acreditando...

Na matéria de hoje da Folha de São Paulo, lemos o seguinte (publico apenas alguns trechos): 

A Polícia Civil da Paraíba instaurou um inquérito para apurar a participação de três pernambucanos suspeitos de praticar canibalismo em Conde, região metropolitana de João Pessoa. O trio teria morado em duas casas diferentes na cidade, entre 2008 e 2009.

Os três foram presos em Garanhuns (PE) por suspeita de matar, esquartejar e mutilar duas mulheres. Segundo a polícia, eles confessaram os homicídios. As escavações nas duas casas que os suspeitos moraram no Conde começarão na próxima semana. 

Isabel revela que eles comeram 10 kg de carne humana entre três e cinco dias. "Bruna faz dieta, mas quando ela come carne como mesmo. Agora, eu já gosto mais de arroz e não como muita carne. Essa carne só durou pouco por causa da Bruna e da menina porque elas gostam muito de carne. A menina não sabia, ela pensava que era carne comum".

"Eu não comi muito a carne porque não sou de comer muito. Eu comi o fígado e alguns pedaços do corpo, mas não comi o coração", diz Izabel.

Isabel é casada com Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 51. O casal vivia com a amante dele, Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25. Os três são suspeitos de matar, esquartejar e comer pedaços dos corpos de pelo menos três mulheres nas cidades de Olinda e Garanhuns.


CANIBALISMO

Uma menina de 5 anos morava com eles. A polícia diz que ela é filha de Jéssica, morta por eles em 2008, em Olinda, quando tinha 17 anos.
Pedaços dos corpos das mulheres assassinadas por membros de uma seita em Garanhuns (234 km de Recife) eram utilizados para rechear salgados vendidos por uma das suspeitas, diz a Polícia Civil.

De acordo com o comissário da Delegacia de Garanhuns, Demócrito de Oliveira, a comerciante ambulante Isabel Cristina Oliveira da Silva, 51, confessou em seu depoimento que fazia e vendia pastéis e empadas nas ruas da cidade com se fossem salgados de carne bovina.

Em entrevista à TV Jornal, de Pernambuco, Jorge Negromonte da Silveira, 51, admitiu ter matado as três vítimas, mas se recusou a chamar a atitude de assassinato. "Eu digo que foi missão porque nenhuma folha cai sem a permissão do grande Deus".  disse Silveira, atrás das grades.


Na quarta-feira (11), a Polícia Civil prendeu os três suspeitos e encontrou os corpos de Alexandra Falcão, 20, e Gisele Helena da Silva, 31. Elas estavam desaparecidas desde o início do ano. A menina está sob os cuidados do Conselho Tutelar de Garanhuns.

A polícia acredita que outras cinco mulheres podem ter sido assassinadas pelo trio. 

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