Um grupo de 20 militantes do Greenpeace se acorrentou às catracas de acesso a uma das empresas do mega-empresário Eike Batista no arquipélago de Abrolhos, na Bahia. Os militantes do Greenpeace estavam vestidos de baleia jubarte e com máscaras com o rosto de Eike e ameaçaram invadir o prédio da empresa. Contidos pelos seguranças, eles se acorrentaram nas catracas, mas antes jogaram óleo nas dependências do prédio e discursaram sobre a rica biodiversidade marinha do local.
Os ambientalistas exigem da OGX, empresa do grupo EBX, do Eike Batista, o aumento da área de preservação ambiental no arquipélago de Abrolhos. Eike detém dois dos 13 blocos de exploração daquela região, considerada um lar das baleias jubarte.
Abrolhos é um arquipélago de cinco ilhas, localizado no litoral sul da Bahia, situado a aproximadamente 72 km da costa de Caravelas. Com uma área total de 913 km², o arquipélago de Abrolhos é constituído da Ilha Santa Bárbara, onde fica o farol e as instalações principais, sob controle da Marinha do Brasil, a Ilha Siriba, a Ilha Redonda e mais duas outras ilhas nas quais o desembarque é proibido, a Ilha Sueste e a Ilha Guarita.
Em julho deste ano, quando lançou a campanha, o Greenpeace enviou para a Petrobras e as outras nove companhias petrolíferas que têm blocos de produção encostados em Abrolhos uma carta em que explica a necessidade de se estabelecer uma área livre da atividade petrolífera no local que abriga o maior e mais exuberante banco de corais do Atlântico Sul.
O Greenpeace busca convencer as empresas de que os limites de proteção para Abrolhos sejam ampliados. Além disso, a proposta da ONG é que seja feita uma moratória de exploração de gás e petróleo por 20 anos na região e estabelecida uma zona de proteção de pelo menos 93 mil Km2, abrangência determinada por estudos científicos para se evite que acidentes de qualquer tipo contaminem a biodiversidade existente.
A moratória de 20 anos proposta pelo Greenpeace afeta os treze blocos de exploração de petróleo atualmente sob concessão. A Petrobras é a empresa com mais operações na região, atuando em sete blocos. Também exploram o local as empresas Shell, a angolana Sonangol, Vale, Perenco, OGX, Repsol Sinopec, Vipetro, Cowan e HRT. Em resposta ao Greenpeace, a Petrobras afirma que respeita o limite de proteção de 50 km para exploração no local.
NOTA DA EMPRESA DE EIKE
Em resposta à manifestação realizada no dia de hoje na sede da empresa, a OGX gostaria de informar que realiza todas as suas atividades operacionais no Brasil em conformidade com a legislação aplicável, respeitando rigorosamente a legislação ambiental vigente e as regulamentações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
No que diz respeito às concessões dos blocos BM-ES-37 e BM-ES-38, que a Companhia participa juntamente com a Perenco Brasil, esta última responsável pela operação, cabe informar que essas áreas estão localizadas em águas profundas da Bacia do Espírito Santo, a uma distância aproximada de 150 km ao sul do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não oferecendo qualquer risco ao Parque.
Informamos que a OGX, alinhada à política de Sustentabilidade do Grupo EBX, está comprometida com a proteção da biodiversidade brasileira, inclusive apoiando importantes Unidades de Conservação como o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, por um período de 10 anos. A Companhia considera o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos uma área importante para a biodiversidade e que deve ser preservada.
(Sobre matéria do JB)
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