"Didi" comanda mais uma Criança Esperança (Foto do G1)
Todo ano é a mesma coisa: Globo arrecada em Criança Esperança muito menos do que o custo para realizar a campanha. Óbvio que todos sabemos que a campanha e os serviços prestados com os recursos não passam de atos simbólicos. Importantes, porém, para mostrar que a nação que se veste e se alimenta bem tem uma dívida social para com aqueles milhares que nada ou quase nada têm.
Mas um estranho, ao analisar os números, raciocinando com simplicidade, constatará que, se o dinheiro arrecadado para pagar a mega estrutura montada para a campanha fosse investido em projetos sociais, atenderia muito mais que as doações. Claro que as organzações Globo não gastam, porque têm os patrocinadores. E se o dinheiro fosse investido diretamente nos projetos, não haveria possibilidade da campanha ter a visibilidade que tem. E essa visibilidade, convenhamos, é o que realmente interessa.
A campanha me faz lembrar o surgimento do então pastor cantor Marcelo Crivella e a Fazenda Canaã, no interior do Nordeste e que serviu para Crivella se projetar politicamente (até a Globo apoiou). Na sua candidatura, no Rio, as peças publicitárias diziam: "se ele (Crivella) acabou com a fome do nordeste, vai acabar com a miséria do Estado do Rio".
Sabemos que não existe fato. Existe versão do fato. Se aconteceu algo, digamos, no espaço, neste exato momento, mas ninguém noticiou, ou ninguém viu para contar, na verdade, não ocorreu, não é um fato. Só é fato (e, portanto, histórico), se houver história, ou seja, se houver uma versão. E a versão que mais se propagar e ser intronizada, assimilada pelo povo, é a que vai prevalecer.
Assim é a campanha Criança Esperança. Torna a Vênus Platinada "solidária" aos pobres.
*Mantida a matéria com uma pequena modificação, pela qual retirei parágrafo que considerei impertinente.
*Mantida a matéria com uma pequena modificação, pela qual retirei parágrafo que considerei impertinente.
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