Apesar das ameaças, a juíza tentava levar uma vida normal
No ano passado ela decretou a prisão de pelo menos quatro cabos da Polícia Militar e uma mulher que seriam integrantes de um grupo de extermínio da Marcha de Vans. Este ano, a juíza determinou a prisão de seis policiais militares suspeitos de forjar autos de resistência.
Suas ações em prol da Justiça colocou-a entre 12 pessoas marcadas para morrer numa lista que estaria em poder de um membro do grupo de extermínio que atua em São Gonçalo, o Wanderson Silva Tavares, vulgo Gordinho, preso em janeiro deste ano no Espírito Santo. Atribui-se a esse grupo, 15 assassinatos encomendados. Esse grupo de extermínio sequestrava e matava traficantes para, depois, pedir resgate a parentes das vítimas, segundo apurou o Jornal do Brasil.
Mesmo sabendo do risco que a juíza corria, o Tribunal não lhe deu a escolta necessária. Segundo reportagem do site da Record, o R7, a decisão de não mantê-la sob escolta foi do ex-presidengte do Tribunal de Justiça, Luiz Sveiter. Mesmo ele sabendo que Patrícia Acioli vinha recebendo ameaças há anos, desde quando atuava como Defensora Pública na Baixada, quando teve seu carro metralhado.
O assassinato, amplamente divulgado pela mídia eletrônica, ocorreu na porta de sua casa, em Piratininga, em Niterói, onde morava há poucos meses. De acordo com testemunhas, pelo menos cinco homens em dois carros e duas motos, usando toucas ninja, cometeram o crime. Eles fizeram ao menos 16 disparos na direção do peito e da cabeça da juíza, que estava em seu carro, um Fiat Idea, na porta do condomínio. Um veículo ficou parado no acesso à casa da juíza para que ela não conseguisse fugir.
Uma outra hipótese a ser investigada é a de crime passional (improvável, ante as circunstâncias). Ela é ex-mulher de PM e já teria sofrido agressões dele. Patrícia Acioli deixa órfãos três filhos.
Nota, às 11:49h:
Há pouco o JB publicou matéria com o ex-presidente do TJ, Luiz Sveiter, que esclarece a suposta acusação de que tenha negado a escolta à juíza. Diz o texto:
"Procurado, o ex-presidente do Tribunal de Justiça e atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou veementemente que tenha determinado a retirada da escolta da juíza. Zveiter alega que presidiu o Tribunal de Justiça em 2009 e 2010 e a escolta da juíza foi retirada em 2007, quando ele ainda não presidia o TJ. Ele acrescentou ainda que ela preferia a segurança do próprio marido que era policial e sua escolta teria sido retirada a pedido da própria magistrada."
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