Os bandidos armados (milicianos) descem de dois caminhões e atiram a balde contra uma tribo indígena guarani-kaiowá, que está acampada, junto com outras tribos, às margens da estrada em Iguatemi, a 355 Km de Campo Grande, capital do Mato Grosso. Feriram muitos e os que não conseguiram fugir foram amarrados e suas tendas e roupas foram queimadas.
O Ministério Público Federal investiga o caso, mas já concluiu que trata-se de milícias (pagas por fazendeiros, logicamente) e pediu abertura de inquérito para apurar o que considera genocídio, pois a violência foi, para os agentes federais, motivada por questões étnicas.
São mais de 70 mil índios de diversas etnias que reivindicam o que consideram deles: a terra, que tradicionalmente, foram ocupadas por eles. Foi feito um Termo de Ajustamente de Conduta pela Funai em 2007, mas o TAC até hoje não foi cumprido. Os índios querem o cumprimento do acordo para poderem ocupar legalmente as terras.
A área reivindicada pelo grupo guarani-kaiowá é conhecida como Puelito Kue e já foi estudada pelos antropólogos da Funai. O relatório, cuja publicação é uma das fases da demarcação de terras indígenas, está em fase final de redação. Mesmo depois da violência, os indígenas retornaram ao mesmo acampamento, pois não têm para onde ir.
Pelo menos outros dois ataques violentos já ocorreram na comunidade. Em setembro de 2003, um grupo tentou retornar à área e, dois dias depois, homens armados invadiram o acampamento para expulsá-los. Já em dezembro de 2009, índios foram amarrados, espancados e colocados em um caminhão. Todos foram deixados em local distante do acampamento. O indígena Arcelino Oliveira Teixeira desapareceu sem deixar pistas. O corpo nunca foi encontrado
(Sobre matéria do JB)
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