Pela segunda vez - na primeira, em 2010, recuou - o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul coloca como "etapa obrigatória e eliminatória" num concurso de professor, o exame que supostamente vai detectar se o candidato é usuário de maconha e/ou cocaína. Parte do princípio que o viciado é um doente e o Estado só vai contratar quem estiver física e mentalmente são.
A medida, considerada abusiva, "uma exigência invasiva e descabida" pelo Centro de Direitos Humanos, será denunciada no Ministério Público. Segundo o presidente do Centro, Paulo Ângelo de Souza, até mesmo quem estiver em fase de recuperação no tratamento contra o vício, será impedido de trabalhar. Já o professor Roberto Magno, presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado, acredita que o exame irá expor as pessoas. Ele pediu que a exigência fosse retirada do edital.
Mas André Luiz Godoy Lopes, diretor de seleção de pessoal da Secretaria de Administração, disse que a exigência do exame toxicológico existe em todos os concursos promovidos pelo Estado. E acrescenta: "a lei diz que o candidato deve comprovar boa saúde física e mental. E os últimos estudos da medicina comprovam que o dependente químico é um doente. Esse exame é justamente para identificar candidatos com esse problema", concluiu.
Se a moda pega, em breve estarão exigindo exame para saber se o candidato fuma, bebe, come sal, gordura animal, açúcar etc., produtos que viciam e causam dependência, além de, claro, prejudicar a saúde.
(Sobre matéria da Folha de São Paulo)
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