Quem acompanhou a movimentação do Congresso Nacional, sob a liderança de José Ribamar, o Sir Ney, ou Sarney, para a apreciação, em um só ato, dos milhares de vetos presidenciais que estão há anos engavetados, apenas para votar o veto de Dilma à lei que redistribui os royalties do petróleo, deve (?) saber que ele, enquanto Presidente da República, querendo mais dois anos de mandato, fez a seguinte ameaça aos parlamentares:
"Existe dentro do Congresso um grupo de radicais e oportunistas que
almeja dilacerar a ordem. (...) Se eles pensam que me nocautearão, estão
totalmente equivocados. [...] Se derramamento de sangue for necessário, então
isso ocorrerá".
Era 2 de março de 1988 e Sarney temia que o Congresso não aprovasse o acréscimo de dois anos ao seu mandato. Temendo os Urutus (tanques do Exército) os parlamentares negociaram e lhe deram um ano a mais. Seu mandato foi, portanto, de cinco anos.
Agora, do "outro lado", Sarney quer radicalizar contra a Presidente da República. Sabe que Dilma não vai usar a mesma frase dele nem cercará o Congresso com os Urutus para fazer valer seu veto. E Sarney protagoniza mais um ato imoral para sua biografia já extensa de atos imorais.
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