Nos últimos tempos quase não se fala sobre Nelson Mandela. Mas é uma das maiores expressões públicas, da resistência, da tenacidade, preso político que mais tempo ficou numa prisão e que tornou-se Presidente da República num regime comandado por brancos.
Fã de Guevara e amigo de Fidel Castro, Mandela recebeu os louros da vitória e cumpriu seu papel na história, sendo por ela reconhecido. É uma referência do século XX. Com 94 anos, aguarda a morte com a consciência tranquila e, nesta terça, foi internado com infecção pulmonar.
Matéria da Folha de São Paulo informa que ele foi internado no sábado, no Hospital Militar de Pretória, uma das três capitais da África do Sul, inicialmente para realizar exames. Nos últimos três dias, o governo disse que os procedimentos eram de rotina e que o ex-presidente estava bem.
No entanto, a mudança de quadro aumenta a preocupação sobre a saúde do líder sul-africano, que foi internado pela terceira vez em dois anos. Sua última aparição pública foi em agosto, quando recebeu a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
A última passagem do ex-presidente pelo hospital foi em fevereiro, após sentir uma dor abdominal. Ele foi liberado no dia seguinte, depois de fazer exames confirmando que ele não tinha nenhuma doença séria.
LÍDER NEGRO
Primeiro presidente negro da África do Sul, Mandela lutou durante 67 anos contra o regime de segregação racial do "apartheid". Devido à luta pelos direitos dos negros, ele ficou preso durante 27 anos. Sua dedicação à causa lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1993.
Em entrevista à televisão sul-africana, a mulher do ex-presidente, Graça Machel, disse que ele perde a força pouco a pouco. "Vê-lo envelhecer é uma coisa que dá pena, mas você entende e sabe que isso deve acontecer". Ela não deu detalhes sobre a situação médica de Mandela.
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