Morreu às 21h55m desta quarta-feira (05) o arquiteto Oscar Niemeyer, que estava internado desde 2 de novembro no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Após demonstrar uma capacidade de superação que chegou a surpreender os médicos, o estado clínico do arquiteto piorou hoje, como havia constatado o médico clínico Fernando Gjorup constatou a piora no estado clínico do arquiteto.
Em entrevista na noite desta quarta-feira, após o falecimento do arquiteto, Gjorup explicou que a infecção pulmonar que é apontada como causa morte, foi consequência óbvia do processo pelo qual Niemeyer vinha passando. Por conta de uma infecção respiratória, ele foi sedado e teve de ser entubado para respirar com a ajuda de aparelhos.
Ao mesmo tempo em que o médico admitiu que, por conta da situação do paciente que se agravara durante o dia, admitia-se que a morte pudesse acontecer,ele confessou que por diversos momento admitiram que o arquiteto pudesse surpreender, como o fez diversosas vezes recuperando-se e recebendo alta.
Demonstrando abatimento, o médico Gjorup confessou que Niemeyer "era muito mais do que um paciente. Para mim era um amigo”. Segundo ele, o arquiteto, no período longo em que esteve afastado do hospital, chegou a brincar telefonando-lhe e cobrando uma visita do médico na na sua casa. Segundo ele, Niemeyer em nenhum momento falava de saúde precária ou de morte.
Nesta sua terceira internação este ano, o arquiteto que desenhou Brasília surpreendeu os médicos várias vezes, inclusive nesta segunda-feira, dia em que perguntou quando poderia deixar o hospital porque tinha muito trabalho o esperando em casa.
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares nasceu dia 15 de dezembro de 1907, em Laranjeiras, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de Oscar Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, que viviam na ainda bucólica Rua Passos Manuel, mais tarde batizada com o nome do avô do arquiteto, Ribeiro de Almeida, então ministro do Supremo Tribunal Federal.
Em 1945, Niemeyer filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Sua posição política lhe trouxe problemas e seus trabalhos começaram a ser recusados. Durante um período da ditadura brasileira, se autoexilou na França. Em 1963, tornou-se membro do Instituto Americano de Arquitetos dos Estados Unidos, quando ganhou o prêmio Lênin¸ em favor da paz.
Recebeu em 1987 o prêmio Pritkzer de Arquitetura, o mais relevante reconhecimento mundial do setor. Quatro anos depois, projetou o MAC - Museu de Arte Contemporânea de Niterói, com traço moderno, que se assemelha a um disco voador. Em 2002, foi inaugurado o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Em 2006, foi dele o projeto do Museu Nacional Honestino Guimarães, em Brasília. Assinou cerca de 140 projetos e foi alvo de cerca de 30 prêmios e reconhecimentos.
Viúvo desde 2004, casou em novembro de 2006 com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos. Tinha na época 99 anos e fez jus à fama, entre os amigos, de ser um grande admirador do sexo feminino, cujas linhas sensuais - assim como o perfil dos morros cariocas - ele sempre reproduzia em seus projetos.
Niemeyer é considerado um dos arquitetos mais relevantes da arquitetura mundial, conhecido pelo seu traço moderno, que fugia da obviedade de linhas retas. Ele preferia usar linhas curvas em suas composições, que imprimiam suave beleza e arte aos ambientes.
(Matéria extraída do Jornal do Brasil)
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