O PMDB sempre foi um partido de "caciques". Sempre foi comandado pelos governadores, que usaram e usam alguns ícones, como foi o caso de Ulisses Guimarães e alguns outros símbolos como, por exemplo, o senador Pedro Simon. Porém, sempre caracterizou-se como um "movimento" e não como partido, com lideranças e regras emanadas dessas lideranças e seguidas por seus partidários.
Ulisses Guimarães não recebeu apoio do partido. Simbolizava a oposição no Brasil pós golpe militar, o qual auxiliou, assim como tantas outras personalidades que não desejavam o socialismo e temiam que Brizola se tornasse Presidente da República. Aliás, não só o Brizola, mas a continuidade de Goulart e até o retorno de Juscelino. Arrependeram-se depois, porque os militares dominaram o país mais tempo do que imaginaram na época do golpe.
O candidato com mais probabilidade de vencer uma eleição presidencial pelo "partido" com bases no país inteiro, sem dúvida, era Garotinho. Inventaram uma eleição interna para que o candidato fosse indicado "pelas bases". Acreditavam que Rigotto venceria. Mas deu Garotinho; e os "caciques", insatisfeitos, principalmente os ex-golpistas como Sarney, que mudou-se de mala e cuia para o PMDB com aval de Tancredo Neves, melaram o jogo e decidiram não lançar candidato.
Agora, mais uma vez, em encontro de pemedebistas em Brasília, anuncia que pretende lançar candidato próprio À Presidência da República em 2018, via senador Valdir Raupp. Mentira. Sabe ele e a sociedade que o PMDB não apoia o PMDB para a Presidência da República. Os governadores querem manter o poder de barganha com quem estiver no poder. Assim era e assim é. O anúncio soa mais como ameaça a Dilma Roussef. Isso para que ela, se for candidata a reeleição, mantenha o PMDB na vice. E se for Lula, o ex-Presidente deve saber que tem que compor com o PMDB.
O PMDB sempre foi um amontoado de lideranças regionais e vai continuar assim. É o Movimento Democrático Brasileiro e não um partido. Logo após ser criado, junto com a Arena, que era a Aliança Renovadora Nacional, os engajados apelidou-os de partidos do "SIM" (MDB) e do "SIM, SENHOR!" (Arena).
Os seus "caciques" afastam qualquer liderança popular com prestígio nacional (e são raras), mas continuam fortes ainda, porque têm raízes sólidas nos Estados. E continuarão assim. Querem as benesses do governo, mas não querem o governo. Lembremos que o PMDB foi governo (desastroso) por acidente, com Sarney. E foi da base de Fernando Henrique (duas vezes) de Lula duas vezes) e, agora, de Dilma.
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