Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 15 de dezembro de 2012

Sadi Bogado, um mestre da bondade


Estava sem internet nos últimos dias, só restabelecida há alguns minutos. Por isso, com atraso, publico a nota de falecimento do meu amigo Sadi Bogado, copiando matéria do Blog do Garotinho: 

Ex-deputado federal Sadi Bogado
Sadi Bogado morreu aos 84 anos
Sadi Bogado morreu aos 84 anos


É com pesar que fazemos o registro do falecimento do médico e deputado federal Sadi Bogado, aos 84 anos, na noite desta quinta-feira (13/12). Nascido em 15 de janeiro de 1928 em Nova Friburgo, Sadi Bogado se formou em Medicina na UFF de Niterói, em 1954, indo para Campos atuar no antigo Hospital Ferreira Machado.

Em Campos, se casou com Selma Sadi Bogado, com quem teve sete filhos e dois filhos de coração, com a qual completaria 59 anos de união no dia 26 de dezembro próximo.

Sadi Bogado foi eleito deputado federal pelo antigo MDB em 1966, e teve seu mandato cassado pelo Ato Institucional nº 5 em 1968, mando este que foi simbolicamente restituído pela Câmara dos Deputados em sessão especial no dia 6 de dezembro passado.

Sadi Bogado foi um dos fundadores do antigo e tradicional Partido Democrata Cristão (PDC), inspirado na democracia cristã italiana. Foi ainda fundador do PHS em Campos, partido pelo qual disputou a eleição para prefeito do município em 2000. 

Comento: Minha amizade com Sadi Bogado começou logo assim que retornei a Campos, no início de 1979. Eu lhe fazia restrições, por ser ele um democrata cristão, mas aos poucos fui constatando a sua firmeza de caráter, sua postura impecável como cidadão, como homem público e conversávamos muito. Ele era amigo de Walter Silva e a gente se via quase que diariamente no Largo da Imprensa.

Algumas vezes me levou em casa, pois eu não tinha carro e perdia o último ônibus, que saía a meia-noite. Tinha um humor fino, um conhecimento político muito bom e estava inteirado do que se passava no país. A gente dizia que Sadi era um poço de bondade, pois ele não queria mal a ninguém. Eu desejava mal aos que fizeram tanto mal ao povo brasileiro, mas Sadi achava que só Deus tinha o poder de julgar e que nós tínhamos que entender o momento político que vivemos. Não que fosse favorável aos atos injustos do governo (inclusive o que redundou na sua cassação como deputado federal), mas sabia que tudo era um jogo político do qual éramos os perdedores.

Enfim, Sadi era um homem bom e nunca desistiu da luta política, a seu modo. Eu tinha um grande respeito por ele e senti muito sua morte. 

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