Salinas é a terra daquela que dizem ser a melhor cachaça do mundo. Foi lá que Anísio Santiago (1912-2002) produziu, a partir de 1946, a cachaça Havana. A cidade que fica no norte de Minas Gerais é até hoje conhecida pela produção artesanal da bebida.
Foi esse o lugar escolhido para abrigar o Museu da Cachaça, que será inaugurado nesta quinta-feira (20), às 10h30. Instalado numa área de 13 mil m2, custou R$ 4,5 milhões e foi custeado pelo governo Estadual.
Adriana Elias/Folhapress |
Cachaça ganha museu em Salinas, MG |
O projeto tem seis anos e começou com uma pesquisa feita por professores da UFMG. A arquitetura foi baseada nesse trabalho e o espaço tenta mostrar linearmente como se dá a produção da bebida. São nove salas: tratam da plantação e moagem da cana, da participação histórica dos escravos no feitio da cachaça, do funcionamento dos engenhos, destilarias e o envelhecimento em barris.
O produto foi escolhido para representar culturalmente a região. Segundo Leonardo Bahia, superintendente de Museus e Artes da Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais, a bebida feita em Salinas é um "bem brasileiro". "O museu é um projeto do Governo para divulgar a produção artesanal da cachaça: esse é o diferencial do produto de Minas. Alguns segredos de produtores vão estar expostos, mas não todos. Justamente para preservar essa tradição.", diz Leonardo.
As receitas que levam cachaça também terão espaço. Uma das telas interativas dá acesso a um banco de dados da culinária mineira e os visitantes poderão alimentá-lo com conteúdo.
A Secretaria ressalta a importância econômica da cachaça para a comunidade da carente região mineira e defende que o objetivo do museu é incluir toda a sociedade na cadeia produtiva.
O espaço funcionará como um complexo cultural e tem palco para shows, cozinha para aulas de gastronomia, forno para a queima de cerâmica e ações culturais que apontam os malefícios do consumo exagerado de álcool.
A entrada é gratuita.
(Matéria extraída da Folha de São Paulo)
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