Sem a presença de líderes nacionais do PT, a primeira "vaquinha" feita por membros da sigla para pagar multas aplicadas a ex-dirigentes condenados no julgamento do mensalão foi recebida com um protesto solitário.
Incomodada com a movimentação dos petistas, a advogada Marília Gabriela de Farias, 31, foi ao restaurante em Brasília em que ocorreu o jantar de arrecadação de fundos para criticar a iniciativa.
"Querem ajudar seus amigos? Dividam com eles parte da pena restritiva de liberdade", dizia um cartaz que ela tentou afixar na porta do restaurante - uma galeteria. Ela não enfrentou resistência dos militantes, mas um deles retirou o papel assim que ela se afastou. A advogada disse que a iniciativa petista era um "absurdo" e representava uma "palhaçada".
A advogada Marília Gabriela de Farias, 31, foi ao restaurante em Brasília em que ocorreu o jantar de arrecadação de fundos para criticar a iniciativa
A advogada disse que a iniciativa petista era um "absurdo" e representava uma "palhaçada".
Organizado pela juventude do PT do Distrito Federal, esse foi o primeiro ato realizado por integrantes da legenda para recolher dinheiro para pagar o total de R$ 1,8 milhão em multas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-ministro José Dirceu, aos deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (PT-SP) e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares.
Foram vendidos 150 convites, que variaram de R$ 100 a R$ 1.000 --o que, com isso, levou a uma arrecadação mínima de R$ 15 mil. Segundo Pedro Henrichs, dirigente do PT local, a direção nacional orientou a organização do evento a não informar a arrecadação. A verba vai ser depositada nos próximos dias na conta do PT nacional.
Compareceram ao evento pouco menos de cem militantes. Até por volta das 23h, a deputada federal Erika Kokay (DF) foi a única congressista da sigla presente. O jantar começou com um brinde a Dirceu. Depois, vieram os discursos. Ao microfone, os militantes não atacaram o STF. Decidiram defender a história dos condenados e do PT.
Um dos mais inflamados, o petista Cícero Rola, integrante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), chamou Dirceu de "herói". "Essa coisa toda é contra o PT porque a gente mudou a cara do Brasil. Se precisar comprometer 100% da minha renda para pagar, vou pagar."
Também presente, Marthius Lobato, advogado do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, também condenado, afirmou que o processo não está encerrado e disse que "não houve desvio de recursos públicos".
Dirigente do PT local, Ademar Nogueira, chegou com uma camiseta estampada com uma imagem de Dirceu e a frase: 'José Dirceu, estamos com você". (MÁRCIO FALCÃO)
(Extraído da Folha de São Paulo)
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