A Festa de
Santo Amaro, a mais antiga manifestação religiosa da Baixada, é promovida desde
a construção da primeira capela, em 1733, e sempre muito concorrida, chegando a
existir, no século XIX, uma Casa da Festa,
construída pelo Mosteiro para abrigar os devotos. Os fiéis chegavam de todos os
lugares da Baixada, em carros de boi, a cavalo e a pé. De Campos, viajavam em
carros de boi até o local da festa, até que a linha férrea chegou, em 1873, a São Sebastião,
distrito próximo e mais desenvolvido.
A partir de então os romeiros
seguiam de trem até São Sebastião e, de lá até Santo Amaro, pagavam 2 mil réis
por uma viagem de carro de boi, veículo comum à época e que era coberto por uma
lona (lembrando os carroções da conquista do Oeste americano, poucos anos
antes). Na volta, mais 2 mil réis.
O anúncio da existência de carros de
boi a espera dos fiéis na estação de trem de São Sebastião e o respectivo preço
era feito no Monitor Campista e no qual constavam os horários da maria-fumaça: “o trem da Estrada de
Ferro que parte da Estação de Campos às 5 horas e 40 minutos da tarde de hoje
(31-01-1874), sábado, conduzirá as pessoas que quiserem pernoitar em Mineiro em
cujo lugar encontrarão cômodos ao preço de 1$000 réis”.
Essa alternativa para os fiéis
permaneceu até 1910, quando foi inaugurada a extensão da linha férrea até o
povoado de Santo Amaro. A partir de então, os devotos podiam ir e voltar no
mesmo dia. (NEVES: 11).
Registre-se que as festas nem sempre
foram realizadas no dia 15 e eram dois dias apenas. Ou 1º e 2 de janeiro ou 14
e 15 do mesmo mês. Mas há muitos anos a programação é de uma semana, com a
montagem de barracas que vendem desde bebidas e salgados até calçados e roupas
e, obviamente, imagens de santos e “fitas da sorte”.
(Trecho do meu futuro livro sobre a Festa de Santo Amaro)
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