Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sábado, 1 de outubro de 2011

A RESISTÊNCIA EM LEGENDAS E FOTOS DE CÉSAR FERREIRA

 Sobre a "Jubiraca", um  mini trio elétrico do Júnior, Rosinha e Chicão, com intervalos de horas, dirigiam-se à multidão concentrada no pátio da Prefeitura.  
 Durante a noite/madrugada, as pessoas acomodavam-se como podiam, sobre colchonetes, cobertores, "pufes", simplesmente sentados em bancos ou no chão e

 nas barracas e tendas, enquanto grupos conversavam e os músicos se apresentavam, num revezamento que não era interrompido a não ser para os pronunciamentos e as orações.

Rosinha circulava no pátio, recebendo o carinho das pessoas e, em vários momentos, sentou-se, com os filhos e o vice, junto com aqueles que não arredavam pé do local da resistência.

 Também durante o dia, muitas orações que emocionavam os que acreditam na Justiça Divina

Pessoas simples, do povo - muitas senhoras de idade - faziam questão de demonstrar seu carinho e dizer uma palavra de fé e de esperança para a prefeita. 

Toda vez que Rosinha saía do gabinete, que também ficou cheio o tempo todo, as pessoas cercavam-na para dizer que estavam ali para o que desse e viesse.  

Toda a mídia cobriu a resistência, com destaque para as rádios Absoluta, Diário e Campos Difusora. A InterTV fez a cobertura todo o tempo, com gravações e links ao vivo

 Assim como a Record, sempre presente de manhã à noite

No dia da posse de Nahim e da decisão do TRE, o dia foi mais tenso, porque Rosinha disse que só sairia da prefeitura presa. Os secretários, muitos diretores e assessores ficaram juntos a ela e o povo uniu-se mais, preparando-se para a resistência a uma possível invasão das forças policiais que poderiam ser convocadas pelo prefeito interino, caso não saísse uma decisão suspendendo sua posse.

A expectativa era grande e, na parte da tarde, cada vez chegava mais pessoas. Num dado momento, um grupo fechou os portões e preparou-se para resistir. Foram momentos tensos, a despeito da tranquilidade de Garotinho, que havia chegado no início da tarde e dizia que até o sol se por, haveria novidade e tudo poderia ser resolvido na paz. Eu insisti para que ele falasse ao povo, porque o clima estava tenso, já que a notícia era que a Câmara estava reunida para dar posse ao novo prefeito.

Ele disse: "Ferreira, vamos aguardar mais um pouco". Eu queria que ele dissesse algo que aliviasse a tensão e, minutos depois, insisti, mas ele continuava sereno e disse que confiava na Justiça: "são tantos erros que essa juíza (a que julgou a ação contra Rosinha) cometeu que nenhum desembargador sério vai corroborar com sua sentença". A Câmara reuniu-se e os vereadores ligados ao governo tentaram argumentar, com um documento que desejavam apresentar. Foram impedidos de falar e os populares invadiram o plenário. O tumulto provocou reação no pátio da Prefeitura, quando os homens decidiram fazer uma "parede" junto aos portões, prevendo um embate. Minutos depois, a explosão de alegria: O TRE suspendeu a sentença da juíza por 30 dias, até que o caso seja analisado. Rosinha era mantida no cargo.

Rosinha, Garotinho, Clarissa, todos que estavam no Gabinete, saíram em euforia, Pudim à frente, para dizer à multidão que a batalha estava ganha. Muita gente chorando. Rosinha chorou e foi erguida por populares. Ela e a família, juntamente com o vice, subiram na "Jubiraca" e aí, foi só alegria.

Rosinha, emocionada, ergue os braços, agradecendo a Deus por ter permitido que se fizesse Justiça

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