Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







domingo, 2 de outubro de 2011

Nelson Nahim e Roberto Henriques juntos contra Garotinho

Soube que nas conversas entre Roberto Henriques e Nelson Nahim, aventou-se a hipótese de um rompimento deste com seu irmão, Garotinho. Nahim seria o prefeito e candidato à reeleição, o que impediria qualquer membro da família de se candidatar em 2012 à Prefeitura de Campos. Roberto Henriques abriria mão de sua própria candidatura e apoiaria Nahim, que sairia do PR e ingressaria no PSD, mesmo destino de Henriques.

Acertado o suposto acordo, Roberto Henriques foi à sede do PR para se desligar do partido. Nahim faria o mesmo na próxima semana. Falou-se até que o afastamento de Rosinha seria definitivo, com a garantia não apenas de Sérgio Cabral, mas do vice-presidente da República, Michel Temer, para quem Garotinho tem que "baixar a bola", porque está incomodando o PMDB no Congresso, exigindo apuração de denúncias contra membros do Partido que estão no governo.

Como o TRE revogou, temporariamente, a decisão da juíza que afastou Rosinha, Nahim rompeu com Garotinho, tendo motivo político para se juntar a Roberto Henriques no novo partido. Tentarão mudar a decisão no próprio TRE. Caso isso ocorra, Nelson Nahim seria o candidato e teria um vice do PMDB, com todo apoio de Cabral e do PMDB nacional.

Neste caso, as peças do tabuleiro político mudariam radicalmente, pois estariam fora da disputa Arnaldo Vianna e até mesmo nomes já indicados por outras legendas. Nahim, na condição de presidente da Câmara e como prefeito, caso consigam manter a decisão da juíza que afastou Rosinha (o que é improvável haja vista os erros já apontados na sua sentença), passa a ser o melhor nome para fazer frente ao grupo de Garotinho, que teria que indicar alguém que dificilmente seria consensual, dado que só Rosinha ou o próprio Garotinho conseguem a unidade.  

Quando Garotinho souber dessas conversações, por certo perguntará: "será que já combinaram isso com o povo?" Além do mais, se tudo isso for verdade, não se pode tratar o Judiciário dessa maneira. Principalmente os ministros do TSE que, em última instância, julgarão a ação, caso o TRE confirme a sentença da juíza da 100ª Zona Eleitoral de Campos.

Não creio, sinceramente, que essa articulação seja obra de Nelson Nahim e sim, de Roberto Henriques, apoiado por Paulo Melo, Picciani e Sérgio Cabral. E o nome de Michel Temer foi envolvido para dar robustez aos argumentos, porque não dá para acreditar que o vice-presidente da República participe de uma trama como esta.  Como dizem que em política tudo é possível, ou que a política é a arte do possível, só resta aguardar os acontecimentos para constatar a veracidade ou não do que ouvi no calor da luta de bastidores.   

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