Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mobilização popular faz presidente recuar e ceder

Sindicatos e Ongs diversas na defesa do pleito dos índios encaram a polícia 
Para aqueles que, como o governador Sérgio Cabral, preferem a omissão em vez da luta no caso dos royalties; e, ainda, criticam o nosso grupo de buscar apoio popular para manifestações públicas, revelando a nossa indignação e reivindicando a manutenção da lei que distribui os recursos proveniente dos royalties, uma prova, na matéria abaixo, da força do povo vencendo determinação presidencial e cassetetes.

Trata-se da luta dos índios bolivianos que vivem no parque natutral Tipnis (Territótio Indígena Parque Nacional Isidoro Sécure) contra o traçado da estrada, financiada pelo BNDES e construída pela empreiteira OAS, ao custo de 415 milhões de dólares, ligando os dois países (Brasíl e Bolívia). Pelo traçado, a estrada passaria dentro da reserva de 1,2 milhão de hectares. Os indígenas protestaram e, em setembro, decidiram marchar até La Paz. 

Evo Morales, presidente boliviano, não abriu mão do traçado porque alterá-lo seria inviáel, devido ao alto custo que haveria para contornar as terras indígenas. Mandou a polícia amedrontar os manifestantes e o confronto provocou ferimentos em muitas pessoas. A notícia da ação da polícia ganhou o mundo, via ONGs que defendem os índios. Estes continuaram a marcha e, 500 quilômetros e 66 dias depois, chegaram a La Paz.
Marcha dos índios, após a repressão policial, é retomada e eles chegam a La Paz 

Evo Morales recusou-se a recebê-los no Palácio do Governo. Marcou outro local. Os índios não aceitaram. Agora, o presidente decidiu receber uma comissão deles no Palácio e já anunciou a alteração do traçado e declarou que  está "incorporando no primeiro artigo o texto que declara o Tipnis como zona intangível. Assim, fica decidido que a rodovia não atravessará a reserva".


Após meses de impasse e tentativas frustradas de diálogo com o grupo, Morales afirmou que enviará ao Congresso uma reforma que atende à exigência dos indígenas. O presidente disse que analisou o projeto apresentado pelos moradores da reserva e decidiu que a rodovia que passaria pelo parque - assim como qualquer outra futura estrada - não poderá ser construída ali.

Registre-se que vários funcionários do governo pediram demissão e dois ministros pediram exoneração após a polêmica em torno da estrada e do Tipnis e a intransigência de Evo Morales. O recuo do presidente foi sensato, embora forçado pelas manifestações populares e a luta de cerca de 1.500 índios aguerridos, dispostos a tudo em prol de algo justo como é a preservação da rerserva.  

Por que não mobilizarmo-nos e tomarmos as ruas em prol do nosso dinheiro, da lei que o governo quer alterar, da justiça?

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