Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







terça-feira, 2 de novembro de 2010

Autor de "Meu nome não é Johnny" e "Bussunda, a vida do Casseta" na Bienal de Campos

Guilherme Fiuza é jornalista e autor de vários livros, entre eles “Meu Nome não é Johnny”, adaptado para o cinema. Guilherme Fiuza (Rio de Janeiro, 1965) é jornalista desde 1987, já trabalhou em diversos jornais, portais de internet, e também como assessor político. Foi colunista no extinto portal "NoMínimo". Atualmente, é colunista da Revista Época, na qual publica, quinzenalmente, artigos sobre a política nacional. No site da revista, assina o blog Política e Tudo Mais.


Na carreira literária, ficou conhecido pelo livro Meu Nome Não é Johnny, que trata da história real de João Guilherme Estrella, um jovem de classe média alta do Rio de Janeiro que se envolve com o tráfico de drogas nos anos 90. O livro se tornou mais conhecido através de sua adaptação para o cinema, protagonizada por Selton Mello (que interpreta João Guilherme Estrella) e dirigida por Mauro Lima, em 2008.


Seu livro mais recente é Bussunda - A Vida do Casseta, que retrata a vida e a carreira do humorista Bussunda, membro do grupo Casseta & Planeta, falecido em 2006.
Meu nome não é Johnny - Editora Record, 2004

3000 dias no bunker - Editora Record, 2006

Amazônia, 20º Andar: De Ipanema para o topo do mundo, uma jornada na trilha de Chico Mendes - Editora Record, 2008

Bussunda - A vida do casseta - Editora Objetiva, 2010



Do blog do Guilherme Fiuza, extraímos o artigo abaixo, publicado no último dia 30 e que, pela fina ironia, vale a pena ser lido. É sobre a medida anunciada pelo MEC, de proibir obras de Monteiro Lobato nas escolas:

Sobrou para a Emília
A História do Brasil está sendo corrigida aos poucos. A república sindical está se encarregando de reescrever os mal-entendidos anteriores à chegada do messias do ABC.

 
Finalmente o país começa a conhecer sua verdadeira realidade – aquela que cabe nas cartilhas do PT, e pode ser recitada com orgulho pela militância. É a revolução cultural dos companheiros.
Há 20 anos, o jornal “O Planeta Diário” estampava a manchete profética: “Lula quer fazer reforma agrária no Sítio do Picapau Amarelo”.


O dia chegou. Com a bravura revolucionária de um Stédile, o Conselho Nacional de Educação invadiu o famoso sítio de Monteiro Lobato, disposto a acabar com aquele blábláblá literário improdutivo de direita.


O primeiro tiro atingiu em cheio as “Caçadas de Pedrinho”, uma obra tipicamente burguesa que não cabe nas cartilhas petistas. Os conselheiros de Lula entraram decididos a fazer o resgate social de Tia Nastácia – a negra confinada na cozinha por Dona Benta, agente da elite branca.


Com a decisão do Conselho Nacional de Educação de proibir “Caçadas de Pedrinho” nas escolas, a desigualdade social recebe um duro golpe.


A medida deverá ter conseqüências importantes, como evitar que os netos e bisnetos de Tia Nastácia se tornem favelados, à margem da sociedade de consumo. O passo seguinte talvez seja processar Monteiro Lobato por racismo.


Esta será uma medida de execução mais complexa, considerando-se a dificuldade de localizar o dono do Sítio. A esta altura, ele deve estar foragido.


Mas isso é uma questão de tempo. Não há informação que resista aos arapongas da inteligência do PT.


Todo mundo sabe que Monteiro Lobato é o pai de Emília, a boneca falante. Com um interrogatório bem feito, a bonequinha acaba entregando o paradeiro do pai, esse latifundiário racista.


Parabéns ao Conselho Nacional de Educação. E atenção, conselheiros: há outras obras perigosas nesse sítio, como “Reinações de Narizinho” e “A reforma da natureza”. Destruam tudo enquanto é tempo. No Brasil de Lula e Dilma não pode haver mais espaço para esses atentados contra o povo, disfarçados de literatura infanto-juvenil.


Deixem as escolas ensinarem a história do filho do Brasil, a obra-prima do novo Descobrimento. O resto é ideologia burguesa.


Da matéria sobre a decisão do MEC, um pequeno trecho:
O Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão colegiado independente ligado ao Ministério da Educação (MEC), publicou nesta (semana passada) semana no Diário Oficial da União a súmula de um parecer a respeito do livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, e sobre obras em geral que contenham trechos considerados racistas e que são distribuídas em escolas públicas.


O parecer aponta assuntos tratados com preconceito no livro, como os negros e as religiões africanas, quando se refere à "personagem feminina e negra Tia Anastácia e as referências aos personagens animais tais como urubu, macaco e feras africanas". Em um trecho do livro, por exemplo, a personagem Emília (do Sítio do Pica-Pau Amarelo) diz: "É guerra, e guerra das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne negra".


A obra de Monteiro Lobato faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) e é distribuída em escolas públicas de todo o país.

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