Durante boa parte do tempo, ele foi instigado pela mediadora, Arlete Sendra, a dar mais detalhes de suas obras. Sobre “Poema Sujo”, escrito durante o exílio, em Buenos Aires (em 1975), e que futuramente o ajudaria a voltar para o Brasil, revelou: “Achando que podia desaparecer, escrevi este poema, que poderia ser o último de minha vida. Vou dizer o que falta dizer enquanto há tempo, porque não sei o que vai acontecer comigo”.
Ao ser perguntado sobre o fazer poético, disse que este nasce de um espanto. “Algo que me surpreende, que me revela um aspecto da realidade que eu ainda não tinha percebido. Este espanto é que gera o poema, como o cheiro de tangerina ou o aroma do jasmim”, ilustrou.
E quando foi colocado no patamar de maior poeta vivo, disparou: “Quando disse ao Drummond que ele era o maior poeta vivo, ele me perguntou: Vocês mediram isso como? Eu faço a mesma pergunta a vocês!”, brincou o escritor, que ao final, presenteou o público com a leitura dos poemas: “Muitas vozes”, “Pergunta e Resposta” e “Meu pai”.
Antes de se despedir da plateia, ele recebeu a homenagem da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima: a tela “Flores de Ipê” e o livro “A Via Sacra”, ambos assinados pelo artista plástico campista Fernando Luiz.
Extraído do sítio eletrônico da Prefeitura de Campos
(Fotos: César Ferreira/secretaria de Cultura)
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