Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







quinta-feira, 28 de março de 2013

Sylvia Paes fala sobre Campos em sessão especial da Câmara


Câmara celebra os 178 anos

de elevação de Campos à cidade

(Fotos: Oguianne Sardinha)
Dr. Edson Batista, presidente da Câmara 

A Câmara Municipal de Campos abriu espaço na sessão ordinária desta quarta-feira (27) para um resumo sobre a história do município, exposto pela professora Sylvia Márcia Paes, em celebração ao dia 28 de março, data da elevação da Vila de São Salvador à categoria de cidade de Campos dos Goytacazes e os 360 anos da Câmara.

Sylvia Márcia Paes fala sobre a história de Campos

A historiadora reconstituiu os ciclos históricos mais importantes do município, desde o auge ao declínio da agroindústria açucareira, em meados do século passado, mas ressaltou que em meados da década de 70 foi aberto e começou a ser explorado o primeiro poço de petróleo da Bacia de Campos, com o inicio de um novo momento e a diversificação das atividades econômicas, a partir do fortalecimento do comércio, da pecuária, da indústria de vestuário, da construção civil e cerâmica.   

Sylvia acentuou que o município se transformou num importante polo universitário (o segundo maior do Estado, só perdendo para a capital), com mais de 40 cursos de graduação em diversas áreas profissionais distribuídos em mais de 13 instituições de ensino superior.


Mas os efeitos do crescimento econômico suscitam preocupações na historiadora. “Quando pensamos no futuro da nossa cidade, temas como a explosão populacional e a consequente sobrecarga de transportes, recursos e serviços logo são expostos. Com o olhar lançado ao futuro, não podemos nos descuidar do presente. São nossas ações de hoje que nos alavancam a um amanhã mais seguro”, observou.

Sylvia lembrou que a Câmara, em 1840, contratou o engenheiro francês Amérlio Pralon  para realizar obras de melhoria na cidade. Já nos anos 40 do seculo passado, o rápido crescimento populacional e a verticalização inicial da cidade levou a prefeitura a contratar, em 1944, o escritório do engenheiro Coimbra Bueno para traçar um novo plano urbanístico. De sua equipe, fazia parte o urbanista francês Alfred Agache, que elaborava um projeto para o Rio de Janeiro.

“O Plano de Coimbra Bueno visava corrigir os erros dos anteriores, com embelezamento e consequentes valorização das áreas centrais, orientando a expansão da cidade, integrando os bairros periféricos. Na verdade, pouca coisa do plano proposto por Bueno saiu do papel e se concretizou”, lembrou.  

A historiadora alertou sobre a necessidade de o campista abraçar Campos com mais carinho. “Com mais respeito, com mais orgulho do nosso campistês, que não está apenas nas palavras diferentes que podemos pronunciar, mas em todo um modo de ser que nos diferencia e nos substancia frente ao outro”.

A historiadora lembrou que em função da acumulação de riqueza local, Campos se constitui como a segunda em arquitetura eclética do Estado do Rio de Janeiro, com cerca de 800 prédios de relevância histórica e arquitetônica e 12 edificações tombadas pelo Inepac, na cidade e 08 pelo Iphan, na zona rural. “Fico feliz em saber que este patrimônio tenha a Câmara Municipal como guardiã”, disse a palestrante, ao tomar conhecimento de uma sessão especial do Legislativo, no próximo dia 11, para discutir o tombamento de prédios históricos, proposta pelo vereador Rafael Diniz (PPS).

Vereadores cumprimentaram a professora, entre os quais, Jorge Rangel 


O presidente da Câmara, Edson Batista (PTB), agradeceu a historiadora pela presença na sessão e destacou a atuação e responsabilidade dos vereadores no processo de desenvolvimento de Campos.

Edson Batista e Sylvia

“A responsabilidade está sob nossos ombros. Tudo que fizermos de certo ou errado cairá em nossa conta. Nosso município vive um ciclo virtuoso de desenvolvimento, mas os efeitos deste crescimento são inevitáveis e precisam ser bem conduzidos. Há projeções que indicam uma explosão populacional nos próximos anos. Preservar a nossa história é fundamental, como também a qualidade de vida do nosso povo. 

Acrescentou que as oportunidades vão surgir para uma cidade mais próspera, mas os desafios são enormes para que a tenhamos com desenvolvimento, mas com equilíbrio. "Não queremos reproduzir o passado, com uma sociedade de barões e milhares de pessoas excluídas. Com poucos tendo muito, e muitos praticamente sem nada”, concluiu.   

Sylvia e Avelino Ferreira


Sylvia e suas amigas e fãs Nana Rangel e Viviane Terra

(Matéria de Márcia Lemos, levemente modificada)


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