Quase metade dos suíços é favorável a uma iniciativa popular que deve ser submetida a referendo e tende a reduzir as diferenças salariais em uma mesma empresa, segundo pesquisa do jornal "SonntagsZeitung" publicada neste domingo (10).
Apresentada pela JS (Juventude Socialista) do país, a iniciativa visa incluir na Constituição um artigo proibindo que o salário mais alto de uma empresa não possa ser mais de 12 vezes maior que o mais baixo. Assim, nenhum empregado poderá ganhar menos em um ano do que o executivo mais bem pago da empresa receba em um mês.
A pesquisa feita com 1.152 pessoas em idade de votar mostrou que 49,5% dos suíços são favoráveis à iniciativa. Outros 10% estão indecisos.
Integrado por 46 membros que representam os cantões do país, o Conselho dos Estados -câmara alta do Parlamento suíço equivalente ao Senado brasileiro - deve votar a proposta em 21 de março. O Conselho Federal - Poder Executivo - e o Conselho Nacional - câmara baixa do Parlamento, equivalente à Câmara dos Deputados - já se pronunciaram contra. A data do referendo ainda não foi fixada.
A JS sustenta que a iniciativa "1:12 - Juntos por salários mais igualitários" freia a cobiça dos executivos e permite a alta de todos os salários. Segundo os jovens socialistas, os salários de todos os empregados aumentaram apenas 3,8% entre 2002 e 2009, enquanto os salários dos executivos cresceram 61%.
No domingo passado (3), os suíços aprovaram em massa uma iniciativa popular para limitar as remunerações abusivas dos líderes das empresas.
(Matéria da Folha de São Paulo)
Comentário: Um grupo de brasileiros lutou durante anos pela distribuição de renda. Eu lá estava. O que os suiços propõem (na Bélgica parece que já é assim) também funciona: a distribuição justa dos salários numa mesma empresa. Não é o ideal, mas já é uma medida importante. Nossa juventude poderia iniciar essa luta aqui.
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