Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sexta Bienal, um marco histórico

Para um blog que está apenas começando (recomeçando), com menos de 80 mil acessos, uma única postagem receber 1.087 visitas (Flagrantes da Bienal) de uma publicação de novembro de 2010, é motivo de comemoração. Por isso mesmo, reproduzo abaixo uma matéria da época e algumas fotos, com o nome de alguns escritores que estiveram no evento.

Alguns autores, entre os qusis Nelson Mota e Zuenir Ventura encheram a Bienal de elogios, porque não acreditavam que uma cidade do interior pudesse promover uma Bienal que supera muitas capitais e se equivale a do Rio Grande do Sul, embora com mais conforto e comodidade (palavras deles). Mas vamos ao que foi publicado à época:

A Bienal do Livro é nossa, da cidade de Campos

Estamos trabalhando a VI Bienal do Livro desde o final do ano passado. Convidei o professor Weiner para me auxiliar na organização. Conversamos com a prefeita Rosinha e começamos a caminhar. Em novembro, tínhamos o primeiro projeto. Todavia, o espaço da Fundação Rural não estava sendo bem aceito pelos expositores e o fracasso das últimas duas bienais afastaram as editoras e grandes livrarias.

Buscamos outro espaço. Conversamos com o reitor da UENF. Visitamos o IF, pensamos num outro local e não conseguimos um ideal. Numa das reuniões disse que um evento cultural de grande porte, num governo popular, deveria ser realizado para toda a sociedade e que, mesmo aqueles que não têm o costume de ler ou comprar livros, deveria ter acesso facilitado à Bienal. A Praça do Santíssimo Salvador, a meu ver, era o local ideal.

Pedimos o projeto da praça e ele foi feito. 170 metros de comprimento por 20 de largura. Ideal para a Bienal. Mas precisávamos de um espaço diferenciado para os espetáculos infantis. Aumentamos em 20 metros, numa tenda redonda que cobrirá o chafariz, que se tornará uma arena. O conforto e comodidade foram pensados e, pela primeira vez, teremos um espaço totalmenmte climatizado.

Rosinha foi injustamente afastada da Prefeitura e Nelson Nahim manteve seus projetos e um deles, é a Bienal do Livro. Os livreiros estavam arredios e o prefeito ligou para o presaidente da Associação Nacional dos Livreiros, garantindo a Bienal e acrescentando que seria a melhor já realizada no município.

Pedi a Weiner que entrasse em contato com a sociedade organizada para que o evento tivesse uma participação das entidades e instituições afins. Até então, Weiner era apenas um colaborador. Mas sua experiência em organização de eventos e sua empresa, a WTC, concorreu e venceu a licitação para organizar o evento. Valeu sua experiência adquirida ao longo dos anos em congressos e seminários. Mesmo que não vencesse a concorrência, Weiner estaria conosco, como colaborador.

Suzana Vargas foi cogitada por nós (eu e a diretora do Departamento de Literatura da FCJOL, Nana Rangel). E foi contratada por Weiner. Ela atuou como curadora em diversas bienais (Rio, São Paulo, Lisboa) e tem o contato direto com escritores do Brasil e muitos do exterior. A estrutura está sendo montada por uma empresa de excelência, que venceu a concorrência no pregão, a Sueth, de Eduardo Sueth.

Teremos, enfim, uma Bienal com a participação da sociedade, com diversos parceiros da iniciativa privada, com o governo unido em torno do evento que vai contar com a participação do povo, justamente por ser num local de fácil acesso e por contar com atrações que devem agradar a todos.

Da mesma maneira que ousei na radical mudança da Festa do Santíssimo Salvador em 2009, feito repetido com êxito em 2010, ouso agora com a Bienal do Livro. Espero que Dê tudo certo, até porque tenho uma equipe excelente comigo, cuidando com muito carinho desta VI Bienal. Fiz questão de colocar em destaque muitos nomes de Campos ao lado dos grandes nomes nacionais e internacionais.

Espero receber o apoio da nossa mídia (agradeço o apoio que tenho recebido até hoje na Fundação Oswaldo Lima) pois Campos merece entrar no roteiro dos autores de renome. Para tanto, esta Bienal deve ser prestigiada e os meus desafetos devem ter em mente que, torcer contra a Bienal, é torcer contra a nossa cidade.

E deu tudo certo

Entre os 108 convidados da 6ª Bienal do Livro de Campos, estiveram autores portugueses, africanos, iraniano e de várias regiões do Brasil. Cito alguns: Mia Couto, José Eduardo Agualusa, Ferreira Gullar, Laura Muller, Elisa Lucinda, os astronautas Marcos Pontes e a iraniana Anousheh Ansari, além do astrônomo Ronaldo Rogério Mourão, Gabriel, o Pensador, Ivan Zigg, Fátima Café, Benita Prieto, André Trigueiro, Ana Botafogo, Mauro Santa Cecília, Zeca Baleiro, Luis Fernando Veríssimo, Ruy Castro, Zuenir Ventura, Sérgio San'tana, Ondjaki, Moacyr Scliar, Fabrício Carpinejar, Töny Belloto, Viviane Mosé, Fábio Moon e Gabriel Ba, Thalita Rebouças, Nelson Motta, Márcia Tiburi, o gourmet José Celidônio, entre outros nomes importantes da nossa cultura.

A praça coberta - ousadia que marcou época

Os salões refrigerados ficaram lotados o dia todo

tanto os longos corredores

como a Arena, a Caverna, o Botequim Literário

E o espaço Raquel de Queiroz, a grande homenageada,
juntamente com Ferreira Gullar


Um comentário:

Wesley Machado disse...

Realmente, Avelino. A Bienal que você fez foi um marco na história da cultura de Campos. Difícil fazer novamente uma do mesmo nível.