Para se entender o que ocorre na
Ucrânia, no que tange à disputa pelo território da Crimeia, deve-se analisar o
processo histórico. A Crimeia tornou-se
parte do Império Russo com Catarina, a Grande, em 1783. Em 1954 Nikita Krushov,
líder soviético, transferiu a península para a Ucrânia que, então, fazia parte
da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Recentemente, os trabalhadores da
Crimeia visualizaram um meio de melhorar de vida. Bastava fazer parte da Rússia
novamente para serem regidos pelas mesmas leis. Com isso, seus salários
aumentariam quase 200%, o que refletiria em suas aposentadorias. Iniciaram as
manifestações e tiveram apoio da Duma de Estado (Câmara Baixa do Parlamento
Russo) que aprovou a anexação da Crimeia ao país.
Registre-se que 58% da população
é russa e 77% têm o russo como o idioma primeiro. No referendo da Crimeia,
96,77%dos eleitores querem o retorno do
território à Rússia. Na Crimeia trabalham 200 mil pessoas no setor público e a
média salarial é equivalente a R$ 700,00. Na Rússia, a média salarial é de R$
1.900,00.
Para a Rússia, se pode haver um
ganho político, por outro lado, haverá uma perda econômica considerável, pois,
para elevar os salários serão necessários R$ 2,6 bilhões anuais. Além disso, a Crimeia precisa urgentemente de
investimentos em infraestrutura. Redes de transmissão de energia elétrica,
estradas, pontes, portos e aeroportos.
O orçamento da Crimeia não cobre
35% das necessidades. Ou seja, além de sofrer sanções que estão sendo impostas
por parte da Europa e Estados Unidos da América por conta da aceitação em
anexar o território da Crimeia, a Rússia sofrerá perdas significativas em seu
orçamento. Vale a pena, então, anexar a Crimeia? Talvez, porque a questão não é
econômica, mas sim, política.
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