Auxiliadora Freitas presidindo a sessão da Audiência Pública que debateu o Cheque Cidadão e as políticas públicas
Na mesa, também, os vereadores Alonsimar, Miguelito, Albertinho e Cecília Ribeiro Gomes
Encontrar uma porta de saída para o Cheque Cidadão a fim de que seus beneficiários ingressem em programas de qualificação profissional e não se mantenham eternamente dependentes da ajuda de programas sociais. Foi este o eixo central e o tom dos debates no seminário “Do Cheque Cidadão à Assinatura da Carteira de Trabalho”, realizado ontem durante sessão especial na Câmara de Vereadores de Campos.
Os trabalhos foram abertos pelo presidente da Casa, vereador Edson Batista (PTB), que destacou o ciclo econômico que Campos atravessa no momento, com um gigantesco aporte de investimentos privados nos complexos do Açu e Farol/Barra do Furado, mas alertou sobre a preocupação com as mazelas do crescimento e destacou necessidade de ampla discussão da questão da inclusão pela capacitação.
“A expansão do crescimento econômico regional não pode repetir por aqui o que houve, por exemplo, em São Paulo, onde se reproduziu um modelo excludente que tem na Avenida Paulista o seu símbolo financeiro, que concentra 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) do País numa cidade onde a poucos quilômetros dali se vê os contrastes mais absurdos em bairros na periferia, com o acúmulo de bolsões de pobreza e todas as mazelas como as condições mais indignas de moradia, misérias, tráfico de drogas e prostituição”, comentou o presidente do Legislativo.
Edson Batista considerou que o seminário pode ser o passo importante para colocar em prática medidas como o Conselho Municipal de Trabalho e Renda e a Conferência Municipal de Trabalho e Renda. “Através do Conselho, o município poderá integrar as ações entre todos os entes e órgãos envolvidos com a capacitação, com acesso inclusive a recursos federais. E a Conferência pode deliberar sobre outras ações que poderão ser implementadas”, observou.
A professora Auxiliadora Feitas (PHS), presidente do Grupo de Trabalho Extraordinário que terá a tarefa de aprofundar a discussão da capacitação e os caminhos do Cheque Cidadão, considerou que os programas sociais são essenciais como instrumento de proteção às famílias mais vulneráveis, mas é preciso ir adiante. “Os programas são essenciais porque uma pessoa não pode passar por privações como a falta de condições mínimas de sobrevivência. Mas é preciso irmos além, garantindo a essas pessoas direitos sociais, civis e de cidadania, a curto, médio ou a longo prazo”, declarou.
Auxiliadora explicou que o seminário desta segunda-feira foi antecedido por uma série de encontros entre o Grupo de Trabalho que preside e agentes públicos e privados com responsabilidade na questão das políticas sociais e capacitação.
“Antes de iniciarmos este seminário, fizemos vários encontros com os secretários e outros gestões que trabalham com programas assistenciais e de capacitação para que chegássemos a um diagnóstico da situação. Chegamos a muitos avanços, mas precisamos avançar ainda mais porque as demandas são sempre maiores”, acrescentou.
A secretária de Familia e Assistência, Izaura Freire, disse que programas como o Cheque Cidadão e o Bolsa Familia visam a atender as necessidade básicas de pessoas excluídas e em situação de extrema vulnerabilidade. “O Cheque Cidadão é um direito dessas pessoas, sim, mas discutir esses programas também é necessário. Como muita responsabilidade, precisamos estimular os seus beneficiários a aproveitar as oportunidades, a fim de que eles sejam protagonistas de sua própria história”, declarou.
O reitor do IFF Luiz Augusto
O diretor do IFF Campos (centro) Jefferson Azevedo
Formação profissional como política pública
Analisando a questão da formação profissional como um caminho para independência financeira, o reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campos , Luiz Augusto Caldas Pereira, disse ver nos institutos federais muito mais que escolas de formação e capacitação profissional.
“É preciso enxergar os IFFs como política pública. Eles têm a missão da verticalização da educação, cuja finalidade é a inclusão social, e a formação, o meio”, afirmou Luiz Augusto.
Diretor do campus-Campos do IFF, o professor Jefferson Manhães de Azevedo apresentou aos vereadores e público presente a proposta de criação da Escola Técnica da Baixada Campista, projeto que poderá mais que dobrar a oferta de vagas de cursos que formação profissional no município atendendo a demandas previamente identificadas do mercado de trabalho da região.
“Temos hoje, só na unidade do Centro, cerca de 2,5 mil vagas. Podemos, com este projeto, ofertar a população uma média de 6 mil vagas, dando oportunidade aos jovens e adultos da Baixada e de todo o município de se inserirem no mercado de trabalho, deixando com isso de depender dos programas sociais como o Cheque Cidadão”, ressaltou Jefferson.
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