Joana Havelange, Ronaldo, Ricardo Teixeira, Bebeto e Ricardo Trade em evento na sede do COL
Vergonhosa, para usar um termo ameno, a declaração de Ronaldo, o "fenômeno", elogiando Ricardo Teixeira, presidente da CBF, alegando que ele "trouxe a Copa para o Brasil". Ou seja, tudo de ruim e ilícito que Teixeira fez e faz, não importa. E pior que isso, a justificativa fajuta de que Teixeira trouxe a Copa, como se o local da Copa dependesse exclusivamente da vontade de um dirigente local.
Bebeto também assume um lugar no Comitê Organizador Local da Copa (COL) e sente-se orgulhoso ao dar apoio a Ricardo Teixeira. Só pode ter muita coisa em jogo para tais atitudes. Isso porque não se pode acreditar em ingenuidade do hoje empresário Ronaldo nem do hoje deputado Bebeto. Também não é apenas por questões políticas. Deve ter muito dinheiro envolvido para que tomem atitudes vergonhosas como esta.
A Folha de São Paulo prossegue com a série de reportagens sobre o presidente da CBF e publicou mais uma matéria de Sérgio Rangel sobre supostos ilícitos envolvendo Teixeira. Um deles diz respeito ao tio de Teixeira, Marco Antônio Teixeira, que recebia R$ 88.070,04 por mês da CBF, na qual ele já não apitava nada há mais de cinco anos.
Sem poder na CBF há mais de cinco anos, Marco Antonio Teixeira --tio de Ricardo Teixeira-- ganhava cerca de R$ 1 milhão por ano da entidade, que é privada. Ele recebia R$ 88.070,04 mensais.
Seu contrato foi recentemente rescindido (ele era secretário-geral). Motivo da demissão: suspeita de que ele estava articulando para assumir o lugar de Ricardo Teixeira.
A polícia civil de Brasília encontrou cheques emitidos por Vanessa Precht, uma das donas da Ailanto (que Teixeira disse desconhecer e, depois, reconheceu (devido as provas) que a empresa de Marketing criou uma empresa agropecuária e colocou como endereço uma das fazendas do presidente da CBF no Rio de Janeiro), no valor de R$ 10 mil cada, para Ricardo Teixeira.
A informação está na reportagem de Filipe Coutinho, Julio Wiziack e Rodrigo Mattos, publicada nesta quinta-feira na Folha. Um contrato entre Vanessa e Teixeira, de março de 2009, estabelece um arrendamento da fazenda dele, em Piraí, a cerca de 80 km do Rio, para a sócia da Ailanto.
Com a descoberta dos cheques nominais emitidos por Vanessa, a polícia concluiu que há um vínculo entre Teixeira e a Ailanto, que organizou o amistoso da seleção contra Portugal, em 2008. O jogo foi bancado por R$ 8,5 milhões em dinheiro público.
Quanto mais se investiga mais podridão aparece. Talvez por isso Ricardo Teixeira deixará a CBF, saindo do foco da mídia e curtindo a vida de milionário em suas fazendas e imóveis em várias partes do mundo. Dizem que ele vai fixar-se em Miami.
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