Avelino Ferreira, 63 anos, brasileiro, casado, sete filhos, sete netos. Jornalista; escritor; professor de Filosofia.







sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Fragilidade moral põe em risco a Democracia

Para além dos atos irresponsáveis e ditatoriais do governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral Filho (creio que o pai tem vergonha do filho) e a conivência da mídia, algo muito mais grave está sendo desvelado neste episódio que envolve os bombeiros e policiais militares e que tem sido motivo de notícias até mesmo fora do Brasil: trata-se da fragilidade moral da Presidente da República e de parte do Judiciário, já abalado com tanta denúncia de corrupção.

Havia uma condescendência da mídia e parte do Judiciário com Lula que, para chegar ao poder, após perder três eleições para a Presidência, negociou princípios. Após dois mandatos, elegeu sem dificuldade uma desconhecida do povo brasileiro, Dilma Roussef. Porém, os acordos firmados para os oito anos de Lula não valem para os quatro anos de Dilma. Ela terá que renegociar a blindagem com a mídia e com o Judiciário. Com o Congresso ainda está valendo o acordo feito com Lula, porque as lideranças são as mesmas e os interesses, ídem.

Mas agora a presidente é responsável pela Nação. Ela a representa. Não é mais Dilma Roussef e sim, uma instituição. E como tal, não pode fazer beicinho e pagar pra ver. O governador Sérgio Cabral também não. Mas ela é a autoridade máxima e o que pode estar em jogo nesse episódio dos bombeiros e policiais militares é muito mais que o resultado de uma greve ou a aprovação (ou não) da PEC 300. O que pode estar em jogo é a Democracia que tanto prezamos e pela qual tanto lutamos (Cabral, não, mas Dilma, sim).

A Presidência da República e o Judiciário permitirem os arroubos ditatoriais de Cabral, além do que já permitem pela omissão, das grandes negociatas de Cabral com empresários, é um atentado à Democracia. O que fizeram com um dos líderes do movimento dos bombeiros, o cabo Daciolo é uma repetição dos atos da ditadura (que também usava a lei, a seu modo).

Pode ser que não, mas o movimento grevista, que teria um fim com a aprovação da PEC 300 (prometido por Dilma em campanha) e ou com um diálogo sincero dos grevistas com o governador do Estado, pode ter consequências gravíssimas que colocarão em xeque a nossa Democracia. Ainda mais se as Forças Armadas (já foram acionadas) resolverem aderir aos ditadores extemporâneos (Cabral e Dilma).

Sugestão deste blogueiro (que perdeu todas as batalhas até agora): soltem o Cabo Daciolo e negociem com os grevistas. Peçam perdão aos familiares dos bombeiros e autorizem o Congresso a aprovar a PEC 300.

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